O dólar subia frente ao real nesta segunda-feira (13), com investidores monitorando as apostas sobre os próximos passos de política monetária do Federal Reserve após o colapso do SVB (Silicon Valley Bank), em meio ainda a expectativas pela divulgação do novo arcabouço fiscal do Brasil.
Às 9:29 (de Brasília), o dólar à vista avançava 0,80%, a R$ 5,2500 na venda.
Na B3, às 9:29 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,70%, a R$ 5,2700.
O dólar à vista fechou a última sessão cotado a R$ 5,2081, em alta de 1,32%.
O governo dos EUA e o Federal Reserve anunciaram várias medidas no fim de semana para reduzir os temores de contágio após o colapso do SVB, que foi fechado repentinamente na sexta-feira após um aumento de capital fracassado.
A turbulência no mercado após o colapso do SVB levou investidores a especular que o Fed não aumentará mais os juros em 0,50 ponto percentual neste mês. Agora, as apostas dos operadores estão divididas igualmente entre uma pausa ou uma alta de 25 pontos-base nos juros na próxima reunião de política monetária do Fed, nos dias 21 e 22.
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Isso, em teoria, colocaria pressão sobre o dólar a nível global, já que juros mais altos tendem a atrair recursos para os Estados Unidos e impulsionar o valor da divisa norte-americana. No entanto, parte dos mercados acredita que é cedo demais para garantir um posicionamento mais brando do Fed, e estão à espera de dados do índice de preços ao consumidor dos EUA com divulgação prevista para terça-feira.
“Nossa avaliação é de que este evento (SVB) não deverá afetar a decisão do Federal Reserve e, caso o índice de preços ao consumidor venha relativamente forte, a probabilidade de (aperto de) 0,5 ponto percentual deverá voltar a ser dominante”, disse a Genial Investimentos em nota a clientes.
Enquanto isso, alguns agentes argumentam que, mesmo que o Fed deixe de subir juros em março, isso não seria, necessariamente, uma notícia boa para moedas de países emergentes.
“Se o Fed se abstiver de aumentar os juros no próximo Fomc, isso poderia significar que as implicações do risco de liquidez da história do SVB são mais severas, em um contexto de inflação ainda muito alta… Este cenário não sugere uma fraqueza estrutural do dólar”, disse o Citi em relatório.
No Brasil, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participa nesta manhã de evento organizado pelos jornais Valor Econômico e O Globo, em meio a expectativas de que apresente o novo desenho de arcabouço fiscal do Brasil ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta semana.
Haddad afirmou na noite de sexta-feira, em entrevista à CNN Brasil, que o arcabouço fiscal será uma regra nova de acompanhamento das contas públicas que dará um “horizonte sustentável”, mas disse que não será uma regra de dívida.
Segundo profissionais do mercado, a expectativa pela nova regra fiscal pode elevar a volatilidade nos mercados domésticos ao longo desta semana.