O ex-presidente-executivo da Americanas (AMER3) Sérgio Rial afirmou hoje (28) em comissão no Senado que a gestão anterior à sua na varejista criou dificuldades para a sucessão e a divulgação de informações sobre a real situação da companhia.
Rial foi convidado para falar sobre a crise na varejista na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE), em uma sessão para a qual também foram chamados o atual presidente-executivo da Americanas, Leonardo Coelho Pereira, e o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Ferreira, entre outros.
“Eu extraía a conta-gotas as informações do dia a dia… Não havia uma predisposição de explicar como isso aconteceu”, disse Rial aos senadores sobre os motivos para a Americanas acumular problemas contábeis da ordem de pelo menos 20 bilhões de reais, que acabaram levando e empresa a apresentar um pedido de recuperação judicial neste ano.
Segundo Rial, que pediu demissão da presidência-executiva da Americanas em janeiro, cerca de 10 dias após ser empossado no cargo, o presidente anterior da companhia, Miguel Gutierrez, não quis que o executivo participasse de reunião de fechamento do ano da companhia.
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“As informações eram muito controladas por ele (Gutierrez) e por sua diretoria”, disse Rial aos senadores. “Até o dia 26 de dezembro não se sabia prospectivamente qual seria o resultado das Americanas em 2022… até hoje não se sabe.”
Não foi possível obter um comentário de Gutierrez de imediato.
A Americanas anunciou na semana passada adiamento da publicação de seus resultados do ano passado, previstos para esta semana, em meio ao processo de apuração dos números no âmbito da recuperação judicial.