Após uma queda de 2,3% na véspera, o Ibovespa estende suas perdas na abertura de hoje (24), com recuo de 0,11%, a 97.857 pontos. O índice de ações atingiu a sua menor pontuação desde julho de 2022 após o Banco Central sinalizar que não haverá alívio dos juros no curto prazo.
A aversão a risco se intensificou com falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticando a decisão do Banco Central. Segundo Lula, não há justificativa para o Brasil manter os juros em 13,75% ao ano. Para o BC, não ter uma definição clara sobre os gastos públicos e o novo arcabouço fiscal coloca em risco o controle da inflação.
Ainda no radar político, o presidente Lula teve sua viagem para a China adiada devido ao diagnóstico de pneumonia leve e deverá embarcar somente no domingo (26), em uma viagem de cinco dias que inclui parlamentares e empresários.
Na agenda de indicadores, o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) desacelerou para 0,69% em março, após ter alcançado 0,76% em fevereiro. Entretanto, o dado ficou acima da estimativa dos analistas, com o consenso Refinitiv apontando para uma inflação de 0,65%.
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No exterior, depois dos problemas com o SVB, nos EUA, e o Credit Suisse, na Suíça, a bola da vez é o Deutsche Bank, da Alemanha. As ações da instituição operam em queda superior a 10% após o mercado identificar a possibilidade de um calote nos títulos de dívida.
Os swaps de inadimplência do Deutsche Bank, que são os títulos que protegem contra a inadimplência, atingiram o nível mais alto em quatro anos. Esse movimento aponta haver uma preocupação dos investidores quanto a situação do setor bancário.
As ações do banco alemão caem pelo terceiro dia consecutivo e já perderam mais de um quinto de seu valor somente neste mês.
Por volta das 10h (horário de Brasília) de hoje, as bolsas europeias caíam mais de 1%. O DAX, na Alemanha, tinha perda de 2,24%. Em Nova York, os futuros também tinham desempenho negativo. O Dow Jones recuava 0,70%, o S&P 500 perdia 0,57% e o Nasdaq tinha queda de 0,32%.
O pânico em relação ao setor bancário internacional reflete no índice DXY, que mede a oscilação do dólar ante outras seis moedas fortes. O índice sobe 0,62% nesta manhã, a 103,16 pontos. Por aqui, o dólar à vista negociava com alta no mesmo horário, +0,75%, a R$ 5,3294.