A Petrobras registrou um lucro líquido de R$ 188,3 bilhões (US$ 36,62 bilhões) no acumulado do ano passado. Trata-se do maior lucro já registrado por uma companhia de capital aberto brasileira.
O montante equivale a duas vezes a fortuna do maior bilionário do Brasil, Jorge Paulo Lemann. Segundo o índice em tempo real da Forbes USA, a fortuna de Lemann está avaliada em R$ 81,7 bilhões (US$ 15,7 bilhões) hoje (2), pouco menos que a metade do lucro da Petrobras em 2022.
Para atingir o lucro total da Petrobras no ano passado é necessário somar a fortuna dos três maiores bilionários brasileiros. São eles, Jorge Paulo Lemann, com R$ 81,7 bilhões (US$ 15,7 bilhões), Marcel Herrmann Telles, com R$ 55,2 bilhões (US$ 10,6 bilhões) e Eduardo Saverin, com R$ 51,5 bilhões (US$ 9,9 bilhões).
Parte da fortuna de Jorge Paulo Lemann e Marcel Herrmann Telles vem de suas participações na Ambev (ABEV3), empresa que valia quase o lucro da Petrobras em 2022 após o fechamento de ontem. O valor de mercado da Ambev era de R$ 212 bilhões.
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Lucro recorde
O lucro recorde da Petrobras em 2022 foi 76,6% superior ao registrado em 2021, de R$ 106,7 bilhões. O montante, embora surpreendente, foi em linha com o esperado pelas projeções dos analistas.
Isso porque, o principal impulsionador dos valores foi o preço do petróleo. Ao longo de todo o ano passado, o barril Brent (referência para a Petrobras) variou em preços próximos a US$ 100, chegando a US$ 130 na máxima.
Essa disparada permitiu que a estatal comercializasse o petróleo por um preço 43% maior do que os valores praticados no ano anterior. A média ficou em US$ 101,2 por barril.
Somou-se a esse cenário as vendas de ativos da companhia, como campos de petróleo, que também aumentaram o lucro anual. Não por acaso, a gestora britânica Janus Henderson listou a petroleira em segundo lugar no seu índice de empresas que mais pagaram dividendos em 2022.
A Petrobras distribuiu um total de US$ 21,7 bilhões (R$ 113 bilhões) em proventos aos seus acionistas no ano passado, segundo análise da gestora. Entretanto, com o anúncio de ontem de pagamentos complementares, a estatal brasileira ultrapassa a primeira colocada mundial, a mineradora australiana BHP, que distribuiu US$ 23,5 bilhões (R$ 122,12 bilhões), ao atingir uma soma de US$ 37,7 bilhões (R$ 194,6 bilhões) em pagamentos referentes a 2022.