A Suíça está sob pressão de pelo menos um grande governo para intervir rapidamente no Credit Suisse, disse uma fonte familiarizada com a situação à Reuters, depois que o banco suíço liderou uma queda das ações de bancos europeus nesta quarta-feira (15).
Papéis do Credit Suisse despencaram 30,8%, o que levou a uma queda de 7% no índice bancário europeu, enquanto os swaps de inadimplência de crédito (CDS, na sigla em inglês) de cinco anos para o principal banco suíço atingiram um novo recorde, revivendo temores de uma ameaça mais ampla ao sistema financeiro.
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Duas fontes de supervisão disseram à Reuters que o BCE (Banco Central Europeu) entrou em contato com os bancos sob sua supervisão para questioná-los sobre suas exposições ao Credit Suisse.
Uma das fontes disse, no entanto, que via os problemas do Credit Suisse como específicos daquele banco, e não sistêmicos.
O Tesouro dos Estados Unidos monitora a situação em torno do banco suíço e está em contato com pares globais sobre a questão, disse um porta-voz do Tesouro norte-americano nesta quarta-feira (15). Questionado sobre o impacto dos problemas do Credit Suisse no sistema bancário dos EUA, o senador norte-americano Bernie Sanders disse à Reuters que “todos estão preocupados”.
O índice bancário da Europa viu mais de 120 bilhões de euros (US$ 127 bilhões) evaporar em valor desde 8 de março. Entre os maiores declínios nesta quarta-feira estavam os credores franceses Société Générale, com queda de 12%, e BNP Paribas , em baixa de 10%.
As ações de bancos estão em uma montanha-russa esta semana, com perdas no início da semana diante das garantias do presidente dos EUA, Joe Biden, antes de saltar na terça-feira (14) na esperança de que o pior do declínio do mercado tivesse passado.
O banco central suíço se recusou a comentar sobre o segundo maior banco da Suíça, depois que o maior investidor do Credit Suisse disse que não poderia fornecer mais assistência financeira devido a restrições regulatórias.
O Credit Suisse apelou ao banco central da Suíça e ao órgão fiscalizador financeiro suíço FINMA para uma demonstração pública de apoio, informou o Financial Times.