A economia do Brasil registrou recuperação em fevereiro, mostraram dados do Banco Central nesta sexta-feira (28), mesmo diante dos impactos da política monetária restritiva e da dissipação do impulso com a reabertura pós-Covid.
O Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br) registrou crescimento de 3,32% em fevereiro em relação ao mês anterior, mostrou dado dessazonalizado do indicador que é um sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB).
Foi a taxa de expansão mais elevada desde junho de 2020 (+4,86%), na sequência das quedas intensas provocadas pelas paralisações devido à pandemia de Covid-19.
Em janeiro, o IBC-Br teve recuo de 0,09%, em dado revisado pelo BC de uma taxa negativa de 0,04% informada antes.
Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o IBC-Br teve alta de 2,76%, enquanto no acumulado em 12 meses passou a um avanço de 3,08%, de acordo com números observados.
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Apesar da expansão apontada pelo IBC-Br, a atividade econômica já sente neste início de ano os impactos da política monetária restritiva, com condições de crédito mais apertadas e endividamento elevado no país, além de uma desaceleração do mercado de trabalho.
Em fevereiro, a produção industrial brasileira apresentou o terceiro mês seguido de perdas da produção, enquanto as vendas no varejo perderam força. Na contramão, o volume de serviços no Brasil cresceu mais do que o esperado no período.
A taxa básica de juros está em 13,75% ao ano e o BC deve mantê-la nesse patamar na reunião da próxima semana, de acordo com expectativas do mercado, mesmo sob forte crítica do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ainda assim, novas medidas de transferência de renda pelo governo devem dar algum alento à atividade, bem como fortes resultados esperados do setor agrícola, ajudando a evitar uma desaceleração mais intensa do PIB.
O mercado prevê para este ano uma expansão do PIB de 0,96%, indo a 1,41% em 2024, segundo a pesquisa Focus mais recente