O dólar recuava frente ao real nesta quinta-feira (20), em provável movimento de ajuste, mas longe de compensar o salto de mais de 2% da véspera, que impulsionou a moeda acima de R$ 5,00 e a deixou a caminho de fechar a semana em forte alta, diante de temores sobre a saúde fiscal do Brasil.
Às 9:23 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,17%, a R$ 5,0772 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,02%, a R$ 5,0840.
O dólar à vista fechou a última sessão cotado a R$ 5,086 na venda, em alta de 2,20%. Após movimentos expressivos da divisa, é normal haver momentos pontuais de correção no sentido oposto, conforme operadores ajustam posições.
A disparada do dólar na quarta-feira foi atribuída por investidores, em parte, à avaliação de que a proposta do novo arcabouço do governo para as contas públicas traz inconsistências e exime o governo de responsabilidades pelo descumprimento das metas fiscais, além de embutir metas ambiciosas demais.
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Enquanto isso, a demissão do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general da reserva Gonçalves Dias, inflamou a oposição e fez crescer o risco do governo ter de enfrentar sua primeira CPMI no Congresso para investigar o 8 de janeiro.
Isso “poderá comprometer a tramitação do arcabouço fiscal” no Congresso, disse nesta quinta-feira Guilherme Esquelbek, analista da Correparti Corretora.
Enquanto isso, no exterior, o índice do dólar contra uma cesta de pares fortes tinha leve alta, em mais um dia de aversão a risco internacional em meio a temores sobre a persistência da inflação e altas de juros nas principais economias.
O dólar à vista está a caminho de encerrar esta semana, que será encurtada pelo feriado do Dia de Tiradentes na sexta-feira, em alta de mais de 3%. Se confirmado, isso marcará o maior ganho semanal desde o período encerrado em 11 de novembro de 2022 (+5,49%).