Ontem foi dia de inflação do Brasil. Hoje é dia de inflação nos Estados Unidos. Na véspera, o Ibovespa registrou a sua maior alta desde as eleições, em outubro de 2022. O índice subiu 4,29%, refletindo a desaceleração da inflação e a expectativa em relação à entrega do texto do novo arcabouço fiscal ao Congresso.
Hoje (12), o Ibovespa abriu em alta, estendendo os ganhos do dia anterior. O avanço após os leilões era de 0,48%, a 106.721 pontos. Os investidores repercutem a desaceleração da inflação também nos Estados Unidos.
Nesta manhã, o Departamento do Trabalho norte-americano divulgou que o CPI (Índice de Preços ao Consumidor) de março desacelerou para 0,1%, ante alta de 0,4% em fevereiro. O consenso de mercado esperava um avanço de 0,2%. Na base anual, o índice de preços caiu a 5%, frente os 6% de fevereiro. A mediana dos economistas apontava para 5,2%.
O núcleo da inflação, que desconsidera os preços voláteis de alimentos e energia, subiu 0,4% em março – em linha com o esperado pelos especialistas –, ante 0,5% em fevereiro. Em 12 meses, o núcleo ficou em 5,6%, ligeiramente acima dos 5,5% em fevereiro.
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Após a divulgação dos números, os futuros de Nova York que operavam entre perdas e ganhos viraram para forte alta. Por volta das 9h45 (horário de Brasília), o futuro do Dow Jones subia 0,76%, o S&P 500 avançava 0,91% e o Nasdaq tinha ganhos de 1,13%.
Os números alinhados com a expectativa do mercado mantém as apostas dos investidores em um aumento de 0,25 ponto percentual nos juros pelo Federal Reserve no próximo encontro do comitê de política monetária, previsto para 2 e 3 de maio.
Por aqui, o clima otimista segue. A desaceleração da inflação trouxe um movimento altista para o Ibovespa e colocou o dólar abaixo de R$ 5,00. Isso porque, as expectativas em relação ao aumento dos preços diminuíram e pressionou a curva de juros para baixo, com o mercado esperando um primeiro corte nas taxas ainda no primeiro semestre deste ano.
Além disso, setores da construção civil e exportadoras aguardam os possíveis acordos bilaterais entre Brasil e China, com a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao país asiático.
As notícias positivas fecham com a previsão de entrega do novo arcabouço fiscal ao Congresso até sexta-feira (14). Segundo Haddad, a recepção dos deputados e senadores foi positiva. Analistas aguardam para entender quais possível mudanças podem ser feitas no texto.
O dólar à vista operava em queda forte às 9h50 (horário de Brasília), com recuo de 0,95%, a R$ 4,9594.