O Ibovespa abriu oscilando entre perdas e ganhos nesta sexta-feira (28), com avanço de 0,08%, a 102.935 pontos logo após os leilões iniciais. Investidores acompanham dados econômicos do Brasil e dos Estados Unidos, além de repercutir a temporada de balanços do primeiro trimestre.
Além do IBC-Br, o IBGE divulgou a taxa de desemprego em março. No período de janeiro a março, o desemprego no Brasil foi de 8,8%, um aumento de 0,9 ponto percentual em relação ao trimestre de outubro a dezembro de 2022 (7,9%). Na comparação anual, houve um recuo de 2,4 pontos percentuais ante a taxa de 11,1%.
Investidores também devem reagir aos resultados corporativos divulgados na noite anterior. Dentre as empresas listadas no Ibovespa, Suzano (SUZB3), Multiplan (MULT3), Hypera (HYPE3) e Cielo (CIEL3) apresentaram seus números.
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Nos Estados Unidos, o destaque do dia é a divulgação do PCE (Preços sobre Consumo Pessoal, na sigla em inglês), o principal indicador de inflação considerado pelo Federal Reserve. O índice de preços subiu 0,3% em março, em linha com o esperado pelo consenso de mercado. Na comparação anual, entretanto, a expectativa era de recuo para 4,5%, mas o índice se manteve em 4,6%, segundo o Departamento de Comércio.
Na próxima semana, o comitê de política monetária do país (FOMC, na sigla em inglês) irá se reunir para deliberar sobre a taxa de juros. A maioria dos investidores espera uma alta de 0,25 ponto percentual nas taxas, com a expectativa de que este seja o último ajuste do banco central norte-americano.
Na véspera, a divulgação do PIB dos Estados Unidos mostrou que a economia do país está desacelerando. O crescimento do primeiro trimestre foi de 1,1% na taxa anualizada. O desempenho é inferior à alta de 2% esperada pelo consenso, além de estar muito abaixo dos 2,6% registrados no quarto trimestre de 2022.
O resultado, entretanto, foi comemorado pelos investidores na quinta, por dar mais respaldo a teoria de que a economia já está mais fria e não há necessidade de aumentos consecutivos dos juros nos próximos meses.
Na agenda corporativa, ontem foi dia da divulgação dos resultados trimestrais da Amazon (AMZO34). Os números da varejista surpreenderam, porém o pessimismo dos executivos derrubaram o ânimo dos investidores.
A Amazon registrou um lucro líquido de US$ 3,172 bilhões no primeiro trimestre e reverteu um prejuízo de US$ 3,844 bilhões do mesmo período do ano anterior. Por ação, o ganho foi de US$ 0,31, acima dos US$ 0,21 esperados pelo consenso. A receita líquida foi de US$ 127,4 bilhões nos três primeiros meses do ano, um crescimento ante os US$ 116,4 bilhões do mesmo período de 2022. O consenso estimou receita de US$ 124,6 bilhões.
Após a divulgação dos resultados, as ações da Amazon chegaram a subir 12% no pós-mercado de Nova York. Entretanto, durante a chamada dos resultados os executivos da empresa não se mostraram otimistas em relação aos próximos meses. Eles revelaram que o crescimento da AWS – um dos negócios mais rentáveis da Amazon – está mais lento em abril e possivelmente será menor nos trimestres seguintes.
Os papéis da empresa saíram do pico de 12% de alta para uma queda de 2,3% no pré-mercado nesta manhã. O movimento é contrário ao observado com os fortes resultados de Meta, Microsoft e Alphabet ao longo desta semana, quando as big techs mostraram resiliência frente à crise econômica.
Por volta das 10h (horário de Brasília), os índices futuros de Wall Street tinham desempenho negativo. O Dow Jones caía 0,35%, o S&P 500 perdia 0,24% e o Nasdaq recuava 0,12%. O dólar à vista tinha alta no mesmo horário, com avanço de 0,31%, a R$ 4,9954.