Uma nova pesquisa da LSE (London School of Economics), na lista das melhores universidades do mundo de economia e ciências políticas, revelou que as famílias britânicas incorreram em um custo de US$ 8 bilhões (R$ 40,3 bilhões na cotação atual) por causa das barreiras comerciais impostas pelo Brexit e que afetam as importações de alimentos da UE (União Europeia).
O Reino Unido é formado por Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte. Em 2020, ele saiu do bloco de países que formam a UE. O último relatório da LSE sobre o impacto dessa saída indica que as barreiras comerciais têm dificultado consistentemente as importações, resultando em um aumento médio de US$ 308 (R$ 1.550) apenas nas contas domésticas.
Leia também:
- Acordo comercial do Brexit é publicado e Reino Unido quer o fim das divisões
- Dia do Brexit: Reino Unido deixa UE e entra em nebulosa zona de transição
- Acordo do Brexit torna-se oficialmente lei no Reino Unido
Embora os pesquisadores tenham calculado que o custo dos alimentos no Reino Unido aumentou 25% desde 2019, eles acreditam que esse aumento teria sido reduzido em quase um terço, atingindo apenas 17%, se as restrições comerciais pós-Brexit não estivessem em vigor.
Em grande parte, essas restrições envolvem papelada adicional para análise de mercadorias e verificações veterinárias do gado que entra nesses países.
Dados de inflação recentes do Escritório de Estatísticas Nacionais indicam que o Reino Unido tem a maior taxa de inflação de alimentos entre as nações industrializadas.
Embora a medida de inflação do índice de preços ao consumidor tenha diminuído para 8,7% em abril, de 10,1% em março, a inflação de alimentos permaneceu alta, em 19% no ano passado.
Nikhil Datta, um dos autores do relatório, disse que os custos dos alimentos devem continuar subindo. “Nem tudo foi instituído na fronteira”, afirmou. “Por exemplo, nem todos os exames veterinários estão sendo realizados.”
Segundo ele, “pode ser que não haja reajuste de preços quando entrarem em vigor porque as empresas já contabilizaram os custos extras. Ou as barreiras extras, quando entrarem em vigor, aumentarão os preços e as famílias enfrentarão um novo aumento nos custos dos alimentos”.
Outro relatório recente, apresentado pelo Centro para a Reforma Europeia, descobriu que o Brexit já custou ao Reino Unido US$ 40 bilhões (R$ 201,4 bilhões) em comércio e investimento perdidos, confirmando que o dano econômico é pior do que se temia anteriormente.
O porta-voz do primeiro-ministro Rishi Sunak rejeitou as críticas de notáveis políticos eurocéticos em relação ao Brexit na semana passada, afirmando que a saída da Grã-Bretanha da União Europeia não foi um fracasso.
- Lela London é colaboradora da Forbes EUA, jornalista especializada em alimentos e bebidas