O Ibovespa abriu em queda nesta quarta-feira (3), na contramão do ritmo de recuperação observado nos mercados internacionais, após perda de 2,40% na véspera. Hoje, o índice recua 0,20% na abertura, aos 101.719 pontos.
O destaque da agenda do dia é a decisão de juros pelos bancos centrais dos Estados Unidos e do Brasil. O Federal Reserve, nos EUA, irá comunicar sua política monetária às 15h (horário de Brasília). A expectativa do mercado é por uma elevação de 0,25 ponto percentual, para uma taxa entre 5% e 5,25%.
A dúvida é sobre a continuidade dos aumentos nos próximos meses. Os últimos indicadores do país mostram uma desaceleração da economia norte-americana. Entretanto, a inflação está longe da metas de 2% ao ano. Em janeiro, fevereiro e março os resultados do PCE, principal índice de preços usado pelo Fed, foram de 5,3%, 5,1% e 4,2%, respectivamente, em doze meses.
Jerome Powell, presidente do Fed, irá fazer o seu pronunciamento às 15h30 (horário de Brasília) e os investidores esperam alguma sinalização em relação ao prolongamento do ciclo de alta das taxas dos Estados Unidos. A expectativa é que os juros em 5% sejam suficientes para segurar a alta dos preços no médio prazo.
Por volta das 10h (horário de Brasília), os índices futuros de Wall Street se recuperam da queda da véspera. O Dow Jones subia 0,14%, o S&P 500 avançava 0,23% e o Nasdaq tinha alta de 0,27%.
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Por aqui, o dia também é de decisão da política monetária. A manutenção da taxa Selic nos atuais 13,75% é dada como certa pelo mercado. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, já afirmou mais de uma vez que não vai diminuir os juros por pressão do governo.
O argumento de Campos Neto é que os núcleos de inflação, componentes menos voláteis que desconsideram os preços de alimentos e energia, permanecem altos e indicam resiliência da tendência de crescimento dos preços.
No entanto, investidores aguardam o comunicado do comitê, em busca de alguma sinalização que indique uma queda dos juros nos próximos meses. O último Boletim Focus mostrou que a previsão dos economistas é que a Selic feche o ano em 12,50%, para isso, os juros devem cair em 1,25% até dezembro.
Além de política monetária, a agenda corporativa também reserve novas divulgações de balanços financeiros. Após o fechamento do mercado, Petrobras (PETR4), EDP Brasil (ENBR3), CSN (CSNA3), CSN Mineração (CMIN3), Taesa (TAEE11) e PetroRio (PRIO3) divulgam seus resultados do primeiro trimestre.
O dólar à vista cai nos primeiros negócios do dia, com recuo de 0,11%, a R$ 5,0409, por volta das 10h00 (horário de Brasília).