O Ibovespa abriu em alta nesta quinta-feira (4), com avanço de 1,43%, aos 103.255 pontos. Investidores repercutem as decisões de juros anunciadas na véspera pelo Federal Reserve, nos EUA, e pelo Copom (Comitê de Política Monetária) no Brasil.
O Federal Reserve elevou os juros dos Estados Unidos em 0,25 ponto percentual, conforme o esperado pelo mercado. Agora, as taxas do país subiram para um intervalo entre 5% e 5,25% ao ano. No entanto, mais do que a decisão em si, o mercado esperava as falas do presidente do Fed, Jerome Powell.
Ele afirmou que cortes de juros “não serão apropriados” se as projeções atuais de desaceleração gradual dos preços não se confirmarem. Entretanto, Powell sinalizou, após dez altas consecutivas, que as taxas devem permanecer estáveis por algum tempo. As expectativas do mercado agora são de que o ciclo de cortes deverá iniciar em 2024.
Por volta das 10h (horário de Brasília), os índices futuros de Wall Street tinham desempenho negativo. O Dow Jones caía 0,20%, o S&P 500 perdia 0,26% e o Nasdaq recuava 0,11%.
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Por aqui, o Copom manteve a taxa Selic em 13,75% ao ano, também como esperava o mercado. Foi a sexta manutenção dos juros consecutiva, que desde agosto de 2022 se mantém nesse patamar.
Em seu comunicado, o comitê afirmou que a conjuntura atual “demanda paciência”, e reiterou que poderá elevar novamente os juros se não verificar um arrefecimento do núcleo da inflação nos próximos meses. Segundo o Copom, se a Selic for mantida em 13,75% até o fim do ano, a inflação pode cair para 5,7% neste ano e 2,9% em 2024.
Os números divergem das últimas análises de economistas divulgadas no Boletim Focus. Segundo o relatório, os juros fechariam o ano em 12,50% e com uma inflação de 5,8% em 2023 e 3,6% em 2024.
A sinalização do Copom derrubou as expectativas de queda dos juros nos próximos meses e também contrariou a posição do governo federal. Para reduzir os atritos com o planalto, o Copom colocou em seu comunicado um aceno à proposta de novo arcabouço fiscal, indicando que a medida reduz riscos para a dívida pública. Mas a posição oficial continua sendo que mesmo com a aprovação do pacote, não será feita a revisão dos juros.
Investidores também devem repercutir no Ibovespa hoje a divulgação de novos balanços do primeiro trimestre.
A Ambev (ABEV3) reportou um resultado acima das expectativas, mesmo com um cenário macro adverso. A receita cresceu 11,3% na comparação anual, para R$ 20,5 bilhões e a companhia também conseguiu expandir sua margem bruta e margem operacional (Ebitda), atingindo 50,7% (+1,7 p.p.) e 31,4% (+1,4 p.p.), respectivamente.
A PetroRio (PRIO3) também surpreendeu positivamente o mercado. A empresa atingiu R$ 1, 16 bilhão de lucro líquido, um grande salto em relação aos R$ 47,4 milhões do mesmo período do ano passado. O Ebitda foi de R$ 2,02 bilhões entre janeiro e março, alta de 75% na comparação anual.
O dólar à vista cai nos primeiros negócios do dia, com recuo de 0,19%, a R$ 4,9825, por volta das 10h00 (horário de Brasília).