O tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) reprovou nesta quarta-feira (10) a compra da operadora Smile Saúde pela gigante do setor Hapvida. A decisão foi facilitada por falta de entendimento entre as partes para resolver preocupações do órgão de defesa da concorrência.
Seis dos sete conselheiros do Cade decidiram pela reprovação da operação, acompanhando o voto do relator Luis Henrique Braido.
A aquisição da Smile, uma operadora com cerca de 80 mil clientes principalmente em Maceió (AL), João Pessoa (PB), Campina Grande (PB) e Brasília (DF), foi anunciada no início do ano passado pela Hapvida, por R$ 300 milhões.
A rejeição do negócio ocorre em um momento em que a Hapvida tenta se recuperar de resultados fracos após uma onda de aquisições nos últimos anos. A empresa realizou uma operação de aumento de capital em abril, levantando cerca de R$ 1 bilhão.
Após a decisão do Cade, as ações da Hapvida aceleraram os ganhos para mais de 4%, renovando máximas da sessão. Por volta de 11h15 (horário de Brasília), avançavam 3,47%, a 2,98 reais.
Os conselheiros citaram que a decisão foi facilitada por falta de entendimento entre as duas empresas para se buscar uma solução para preocupações sobre a concorrência que já tinham sido manifestadas pela Superintendência-Geral do órgão.
Em seu voto, o conselheiro Gustavo Freitas de Lima, também citou uma situação em que “gastaram-se muitos recursos em M&A (fusões e aquisições) e o setor está quebrado e não me parece que isso foi revertido em benefício para os usuários”.
O conselheiro Luiz Augusto Hoffmann citou que o caso “foi um dos poucos” em que o prazo legal de análise do caso foi quase esgotado, “faltando dois ou três dias”. “Isso demonstra que o tribunal fez o seu melhor para um acordo entre as partes.”