O Walmart elevou suas metas anuais de vendas e lucro nesta quinta-feira (18), uma vez que o gigante do varejo atraiu consumidores preocupados com os preços altos para seus produtos mais baratos e marcas próprias, aliviando as preocupações de que os gastos dos compradores diminuíssem devido à inflação.
A companhia disse que agora espera um lucro anual por ação na faixa de 6,10 a 6,20 dólares, em comparação com a perspectiva anterior de 5,90 a 6,05 dólares. Os analistas estimavam, em média, um lucro de 6,16 dólar por ação, de acordo com dados da Refinitiv.
A empresa também estimou crescimento de cerca de 3,5% nas vendas líquidas, acima da previsão anterior de 2,5% a 3%.
As ações da maior varejista dos EUA subiram cerca de 1,3% nas negociações de pré-mercado nesta quinta-feira, após a companhia também divulgar resultados melhores do que o esperado no primeiro trimestre.
O lucro por ação ajustado do Walmart ficou em 1,47 dólar por ação, acima do esperado.
A receita operacional aumentou 17,3% no primeiro trimestre, em parte devido a maiores contribuições de seus negócios de serviços de publicidade, entrega e atendimento.
A receita líquida aumentou 7,6%, para 152,30 bilhões de dólares no primeiro trimestre, superando as estimativas de 148,76 bilhões.
O Walmart tem mantido os preços dos alimentos baixos para afastar a concorrência de Target Corp e Kroger mesmo quando a indústria luta com custos mais altos, especialmente para mão de obra.
Como resultado, as vendas nas lojas do Walmart nos Estados Unidos abertas há pelo menos um ano cresceram 7,4%, excluindo combustível, no primeiro trimestre encerrado em 30 de abril, superando as expectativas de alta de 5,25%.
“Certamente vemos uma continuação do ‘trade down’ (substituição de uma marca de um mesmo produto por outra de menor preço), já que os consumidores se concentram em proteínas de preço mais baixo ou tamanhos de embalagem menores, mas também vemos que a penetração de marcas próprias continua indo muito bem para nós no trimestre”, disse o vice-presidente financeiro da companhia, John David Rainey, à Reuters.
Rainey acrescentou que o Walmart também viu uma demanda maior por produtos de saúde e bem-estar.
As vendas comparáveis de alimentos cresceram na casa dos dois dígitos no trimestre nos Estados Unidos, impulsionadas pela forte demanda por alimentos e pelo aumento das compras de famílias mais ricas, disse a empresa.
Essa mudança para mantimentos e produtos de saúde e bem-estar — que tendem a ser menos lucrativos do que mercadorias em geral, como roupas, artigos domésticos e eletrônicos — afetou a margem bruta, que caiu 0,18 ponto percentual no trimestre, segundo Rainey.