O Ibovespa inicia a semana em leve alta com expectativas mais positivas por parte dos investidores com relação à reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central (BC), agendada para a terça-feira (20) e para a quarta-feira (21).
Apesar de não esperar uma redução da taxa referencial Selic, que deve permanecer nos atuais 13,75% ao ano, o mercado antecipa um Comunicado mais benigno do que os anteriores, indicando o início do processo de redução dos juros. Por volta das 10h15 desta segunda-feira (19), o índice subia 0,15%, alcançando 118.931,99 pontos, enquanto o dólar apresentava queda de 0,35%, sendo negociado a R$ 4,80.
A edição mais recente do Relatório Focus, divulgada nesta segunda-feira, indica reduções nas projeções para a Selic em 2023 e em 2024. Para este ano, a Selic prevista para dezembro recuou para 12,25% ao ano, ante os 12,50% anteriores. E para 2024, a estimativa caiu para 9,50%, ante os 10% anteriores.
O Focus também trouxe uma melhora nas expectativas para o crescimento econômico, prevendo uma expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,14% para este ano. É a primeira vez desde outubro de 2021 que o Focus prevê um crescimento superior a 2% para 2023.
É provável que o Banco Central do Brasil mantenha a taxa Selic inalterada ao encerrar sua reunião de política monetária nesta semana. No entanto, economistas acreditam que a instituição está próxima de iniciar um ciclo de afrouxamento, possivelmente no terceiro trimestre. Os analistas agora preveem o primeiro corte na taxa básica de juros em agosto.
Após esse primeiro corte, está prevista mais uma redução de 0,25 ponto percentual na Selic em setembro, seguida por cortes de 0,5 ponto percentual em cada uma das duas últimas reuniões do ano. Com isso, estima-se que a taxa básica alcance 12,25% ao final deste ano, em comparação com a estimativa anterior de 12,50%.
Mercado internacional
Em Wall Street, as bolsas americanas estão fechadas devido ao Juneteenth, feriado nacional que marca o fim da escravidão nos Estados Unidos, estabelecido desde 2021.
Por outro lado, há uma ampla expectativa de que a China reduza suas principais taxas de empréstimos na terça-feira (20), em seu primeiro afrouxamento monetário em dez meses, de acordo com uma pesquisa da Reuters. Essa medida visa sustentar a recuperação gradual da segunda maior economia do mundo.
O Banco do Povo da China já reduziu as taxas de juros de curto e médio prazo na semana passada, indicando que está prestes a iniciar outra rodada de afrouxamento monetário para impulsionar a recuperação econômica.
O Goldman Sachs revisou para baixo sua previsão de crescimento do PIB da China para o ano inteiro, passando de 6% para 5,4%. Além disso, reduziu sua previsão de crescimento para 2024, de 4,6% para 4,5%.
Essa revisão segue a tendência de outros bancos e instituições, como o Bank of America, JPMorgan, UBS e Standard Chartered, que também reduziram suas projeções de crescimento devido à desaceleração do mercado imobiliário chinês.
Confira o comportamento dos principais índices internacionais:
Europa:
DAX (Frankfurt): -0,70%
FTSE100 (Londres): -0,43%
CAC 40 (Paris): -0,64%
Ásia:
Nikkei (Tóquio): -1,00%
Xangai (China): -0,54%
Kospi (Coreia): -0,62%
(Com Reuters)