O Ibovespa iniciou as negociações na terça-feira (6) em alta, impulsionado pela expectativa de que a reforma tributária seja discutida no Congresso após a tramitação do arcabouço fiscal. Isso contribui para uma melhora na percepção de risco por parte dos investidores, que estão otimistas com o avanço da agenda econômica na Casa. Além disso, os dados prévios da inflação de maio indicam uma possível deflação, levando o mercado a apostar em um corte antecipado da taxa Selic para agosto deste ano.
Por volta das 10h15, o principal índice da Bolsa de Valores apresentava alta de 0,36%, aos 113.105 pontos. Por sua vez, o dólar subia 0,12%, negociado a R$ 4,94.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse nesta segunda-feira (5), após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que pretende votar a reforma tributária no plenário da Casa ainda neste semestre e disse ter pedido a Lula que o governo se mobilize para aprovar a matéria.
Lira disse que está claro na cabeça de Lula que a reforma tributária é essencial para o país, ao mesmo tempo que cobrou que a articulação política do Palácio do Planalto seja mais atenta.
“Precisamos agora focar na reforma tributária e eu pedi, lógico, o envolvimento do governo e o presidente tem realmente interesse nessa matéria, porque sabe que isso é importante para o país”
No cenário econômico, destaca-se que o IGP-DI (Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna) registrou em maio o maior recuo desde 1947 com deflação dos preços de diesel e grandes commodities ao produtor, renovando no acumulado em 12 meses a maior queda na série histórica.
O IGP-DI recuou 2,33% em maio, intensificando o recuo de 1,01% visto no mês anterior, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta terça-feira.
Essa foi a queda mais forte desde abril de 1947 (-2,59%), em uma série histórica que começa em 1944. Mas o coordenador dos índices de preços, André Braz, ponderou que o ideal seria fazer comparações dentro do Plano Real, implementado em 1994, e que, portanto, considera o resultado de maio a maior queda histórica na comparação mensal.
Mercado internacional
Nos Estados Unidos, o desempenho dos serviços reforçou as expectativas de que o Fed (Federal Reserve) irá interromper o aumento das taxas de juros pela primeira vez em 16 meses.
As encomendas às fábricas norte-americanas aumentaram 0,4% em abril, após um ganho de 0,6% em março, informou o Departamento de Comércio. O percentual ficou abaixo do esperado pelos economistas consultados pela Reuters, que calculavam alta de 0,8%.
Já o Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM) disse que seu PMI do setor de serviços caiu para 50,3 no mês passado, de 51,9 em abril. Economistas consultados pela Reuters previam 52,2.
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Os dados fracos da economia norte-americana reduziram as preocupações com a inflação e as apostas de que, em sua reunião deste mês, o Fed elevará a taxa básica de juros, hoje na faixa de 5,00% a 5,25% ao ano.
Por sua vez, as vendas no varejo na zona do euro permaneceram inalteradas em abril, já que os consumidores gastaram menos com alimentos e combustível para carros, mas aumentaram as compras de outros produtos, principalmente online.
O volume de vendas no varejo nos 20 países que usam o euro ficou no mesmo nível de março e caiu 2,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. As expectativas em uma pesquisa da Reuters com economistas eram de alta mensal de 0,2%.
Confira o comportamento dos principais índices internacionais:
EUA:
- Dow Jones: -0,08%
- S&P 500: -0,09%
- Nasdaq: -0,13%%
Europa:
- DAX (Frankfurt): -0,02%
- FTSE100 (Londres): -0,01%
- CAC 40 (Paris): -0,22%
Ásia:
- Nikkei (Tóquio): +0,90%
- Xangai (China): -1,15%
- Kospi (Coreia): +0,54%
(Com Reuters)