O destino da OceanGate Expeditions, empresa responsável pelo submersível Titan – que se presume ter implodido nas primeiras horas de uma viagem aos destroços do Titanic -, está em aberto. A informação é de Guillermo Sohnlein, co-fundador da companhia. Ele disse nesta sexta-feira (23) que os executivos estão focados em manter a empresa de pé após o desastre que matou o CEO Stockton Rush e outras quatro pessoas esta semana.
Sohnlein está afastado da companhia há 10 anos, mas permanece como acionista minoritário. Ele disse que o conselho de administração vai discutir a sobrevivência da OceanGate nas próximas semanas – o site da companhia saiu do ar logo após a confirmação da perda do submersível.
6 perguntas que ainda faltam ser respondidas sobre o caso
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Forbes USA/Ocean Gate/Handout/Anadolu Agency via Getty Images #1. O que eram os barulhos de batidas?
Stefan Williams, professor de robótica marinha da Universidade de Sydney, disse à Insider que “é possível que os barulhos tenham sido criados por vida marinha, como baleias”. Os sons também poderiam ter vindo do naufrágio do Titanic, de acordo com Chris Parry, ex-almirante da Marinha Real Britânica, que sugeriu que os sons – registrados em intervalos de 30 minutos – poderiam ser causados por outras coisas sob o mar: “Há muito ruído mecânico no oceano”.
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Us Coast Guard/Handout/Anadolu Agency via Getty Images #2. Por que tanta demora para usar veículos operados remotamente na busca?
Apenas dois navios estavam envolvidos na busca antes de quarta-feira, e nenhum deles era equipado com veículo submarino operado remotamente (ROV) que pudessem alcançar as profundezas do naufrágio do Titanic, a 3.800 metros. A França despachou o navio de pesquisa Atalante, que estava equipado com um ROV capaz de atingir profundidades de até 4.000 metros, de acordo com a CNN, mas ele chegou tarde na quarta-feira. A Marinha dos Estados Unidos – que despachou um navio de salvamento, segundo a CBC – opera um ROV que pode chegar a 6.000 metros de profundidade, mas ele não foi usado nas operações de busca. O ROV que identificou os destroços do Titan era de uma empresa privada de Massachusetts.
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Divulgação #3. O que causou a implosão?
Williams especulou que o submersível implodiria em uma “falha catastrófica” se o Titan tivesse “qualquer defeito” em seu casco, o que cederia à “intensa pressão atmosférica” das profundezas do mar.
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Divulgação #4. Por que demorou tanto para sabermos sobre a Marinha ter detectado o som de uma implosão?
A Marinha dos Estados Unidos detectou “uma anomalia consistente com uma implosão ou explosão” no domingo, na área em que as comunicações com o Titan foram perdidas, disseram autoridades ao Wall Street Journal. Mas não é possível dizer “definitivamente” se o som veio do Titan.
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Fatih Aktas/Anadolu Agency via Getty Images #5. Os corpos serão recuperados?
O contra-almirante John Mauger, da Guarda Costeira, afirmou durante uma coletiva de imprensa na quinta-feira que ele “não tem uma resposta” para as expectativas de recuperação dos corpos das vítimas a bordo do Titan, acrescentando que existe um “ambiente incrivelmente implacável no fundo do mar” que torna “incrivelmente complexo” operar embarcações.
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Ocean Gate / Handout/Anadolu Agency via Getty Images #6. Por que a OceanGate demorou quase oito horas para soar o alarme?
A OceanGate Expeditions, que perdeu a comunicação com o Titan após uma hora e meia, não explicou por que levou tanto tempo para notificar os oficiais da Guarda Costeira, embora Sean Leet, que é coproprietário do navio de apoio ao submersível, tenha afirmado que “todos os protocolos foram seguidos”.
#1. O que eram os barulhos de batidas?
Stefan Williams, professor de robótica marinha da Universidade de Sydney, disse à Insider que “é possível que os barulhos tenham sido criados por vida marinha, como baleias”. Os sons também poderiam ter vindo do naufrágio do Titanic, de acordo com Chris Parry, ex-almirante da Marinha Real Britânica, que sugeriu que os sons – registrados em intervalos de 30 minutos – poderiam ser causados por outras coisas sob o mar: “Há muito ruído mecânico no oceano”.
A falha da empresa em atender aos alertas de alto risco sobre a experiência vendida com o submersível tem sido criticada por muitos, incluindo James Cameron, diretor do blockbuster “Titanic”. Ainda assim, Sohnlein chamou Rush de “engenheiro brilhante”, que estava “comprometido com a segurança” e “muito consciente dos riscos” envolvidos nas imersões em águas profundas com o Titan.
Quando perguntado se a OceanGate seria responsabilizada por negligência, Sohnlein disse que não estava “qualificado para responder” e não sabia se a empresa tem a devida apólice de seguro para essa situação, mas que “cada pessoa” que participou de uma expedição se inscreveu como especialista em missões, passou por treinamento, participou de operações de mergulho na superfície e teve papéis ativos durante os mergulhos.
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Implosão ou explosão em poucas horas
O mundo acompanhou com expectativa esta semana depois que foi divulgado que o submersível Titan perdeu contato com os coordenadores na superfície na manhã de domingo (18), menos de duas horas após iniciar sua descida para os destroços do Titanic, que estão a 3.800 metros de profundidade.
A Guarda Costeira e Marinha dos Estados Unidos e a Guarda Costeira Canadense lançaram uma operação de busca e resgate para o veículo que continuou até esta quinta-feira (22), quando as autoridades disseram ter encontrado um campo de destroços perto do local do naufrágio do Titanic. Os destroços indicavam uma perda da câmara de pressão e uma implosão, segundo a Guarda Costeira dos Estados Unidos, e as cinco pessoas a bordo do veículo foram dadas como mortas.
O CEO Rush, o bilionário da aviação britânica Hamish Harding, o explorador francês de longa data Paul-Henri Nargeolet, o empresário britânico-paquistanês Shahzada Dawood e seu filho de 19 anos, Suleman, estavam a bordo do submersível. Na quinta-feira, o “Wall Street Journal” relatou que a Marinha norte-americana ouviu uma “anomalia consistente com implosão ou explosão” algumas horas após o início do mergulho do submersível no domingo.
Perigos da expedição
Revelações sobre a natureza experimental do submersível e preocupações com a segurança surgiram esta semana. Cameron, cujo filme “Titanic” de 1997 ajudou a renovar o fascínio mundial pelo naufrágio de 1912, disse que a OceanGate conhecia os perigos do submersível e falhou em atender aos avisos de profissionais do setor.
Cameron disse ter ficado “impressionado com a semelhança” com a situação do Titanic, cujo capitão colidiu com o navio no iceberg mesmo após ser alertado sobre o gelo. Michael Guillen, ex-instrutor de física da Universidade de Harvard, que também desceu a 3.000 metros de profundidade até o naufrágio do Titanic, comparou a embarcação que usou em 2000 com a operada pela OceanGate: em entrevista à emissora britânica GB News, o especialista disse que a embarcação que ele utilizou foi “criada por pessoas sérias”, enquanto o submersível Titan foi “projetado principalmente para turismo”.
Já Sohnlein disse à Sky News que “todos os exploradores estavam muito orgulhosos do fato de não serem passageiros nem turistas, mas sim membros ativos da tripulação”.
O que vem a seguir para a OceanGate
Qual será o futuro da empresa? Será processada? A OceanGate foi fundada em 2009 e ofereceu aos turistas a oportunidade de viajar em submersíveis até as profundezas do oceano para uma visão de perto de naufrágios e desfiladeiros subaquáticos.
Um lugar no Titan para a expedição ao Titanic desta semana custava US$ 250 mil (cerca de R$ 1,1 milhão) para cada passageiro. Rush, que foi o piloto mais jovem do mundo a receber a certificação de transporte a jato aos 19 anos, disse em um vídeo do YouTube (agora deletado) que ele “realmente queria ser um explorador”.
A OceanGate arrecadou quase US$ 500 mil em rodadas de investimento em 2014 e US$ 19,3 milhões em 2020. A empresa realizou mais de 14 expedições e mais de 200 mergulhos no Pacífico, Atlântico e Golfo do México, segundo o site já desativado da OceanGate, e montou três submersíveis para cinco pessoas cada.