Apesar de não parecer, a previsão do tempo é uma ciência exata. Os meteorologistas analisam informações como temperatura do ar e da água, pressão atmosférica, velocidade dos ventos, entre outras. De posse de milhares de dados, é possível prever, com um razoável grau de certeza, se fará sol ou se vai chover nos próximos dias.
Inspirado nesses métodos, a gestora de recursos Cartesius Capital vai iniciar, nesta segunda-feira (3) a captação de recursos para o fundo Cartesius Moderatus. “O Moderatus é um fundo multimercado que utiliza inteligência artificial preditiva para realizar investimentos”, diz Guilherme Rafare, sócio da Cartesius. “No entanto, os investimentos não são decididos de maneira automática e não usamos robôs.”
Os 10 melhores investidores de Venture Capital do mundo
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GettyImages/ South China Morning Post 1. Neil Shen
Empresa: Sequoia China
Investimento notável: ByteDance
Sede: Hong Kong, China -
Divulgação/Ribbit Capital 2. Micky Malka
Empresa: Ribbit Capital
Investimento notável: Coinbase
Sede: Menlo Park, Estados Unidos -
Reproducao/Forbes 3. Alfred Lin
Empresa: Sequoia
Investimento notável: Citadel Securities
Sede: São Francisco, Estados Unidos -
Divulgação/5Y Capital 4. Richard Liu
Empresa: 5Y Capital
Investimento notável: Xiaomi
Sede: Hong Kong, China -
Anúncio publicitário -
Divulgação/Mayfield 5. Navin Chaddha
Empresa: Mayfield Fund
Investimento notável: HashiCorp
Sede: Saratoga, Estados Unidos -
Divulgação 6. Garry Tan
Empresa: Y Combinator
Investimento notável: Coinbase
Sede: São Francisco, Estados Unidos -
Divulgação 7. Zhen Zhang
Empresa: Gaorong Capital
Investimento notável: Pinduoduo
Sede: Bejing, China -
Divulgação/Addition 8. Lee Fixel
Empresa: Addition
Investimento notável: Freshworks
Sede: Nova York, Estados Unidos -
Divulgação 9. Fred Wilson
Empresa: Union Square Ventures
Investimento notável: Coinbase
Sede: Nova York, Estados Unidos -
Divulgação/GGV Capital 10. Hans Tung
Empresa: GGV Capital
Investimento notável: Airbnb
Sede: São Francisco, Estados Unidos
1. Neil Shen
Empresa: Sequoia China
Investimento notável: ByteDance
Sede: Hong Kong, China
Apesar da nomenclatura complicada, é simples explicar a estratégia do Cartesius. O fundo capta diariamente cerca de 5 mil dados sobre ativos líquidos, principalmente ações. Esses dados – oscilação de preços, volume e números de negócios, entre outros – são analisados por algoritmos em busca de padrões, buscando antecipar comportamentos dos preços.
No momento, o fundo “de teste”, o Cartesius Primus, rendeu 13,5% no primeiro semestre. A maior parte de sua carteira está em ativos de renda fixa. Porém, o portfólio já contou com papéis como Vale, Gerdau, Petrobras e Braskem, e outros ativos negociados na B3.
Inspiração em Jim Simons
Segundo Rafare, a inspiração dos fundos da Cartesius vem de uma lenda no mercado americano, o administrador de recursos Jim Simons, fundador da Renaissance Technologies. A empresa é a gestora do fundo Medallion, que rendeu cerca de 60% ao ano em média durante três décadas. PhD em matemática, Simons começou a especular com commodities no fim dos anos 1960, enquanto lecionava.
Antes disso, ele tinha trabalhado quebrando códigos para o Departamento de Defesa americano. Bilionário, Simons foi um dos primeiros em Wall Street a contratar cientistas para montar programas de gestão de recursos. E, assim como no caso do Medallion – restrito aos funcionários da Renaissance – , os computadores indicam a estratégia, mas as decisões são tomadas por gestores de carne e osso. “Os algoritmos não são capazes de identificar eventos extremos, como o começo da guerra da Ucrânia ou a pandemia”, diz Rafare. “Para evitar decisões erradas tomadas pelos algoritmos, a ‘palavra final’ é de pessoas.”
A equipe da Cartesius é formada por profissionais da ciências exatas. “Temos cientistas e PHDs formados pela USP e pela PUC-RJ”, diz Rafare. O objetivo é aumentar a participação de profissionais fora do eixo. “Há gente talentosa fora dos grandes centros, muitos deles autodidatas, e será uma vantagem contratar essas pessoas”, diz o gestor. “Não teremos muitas vantagens se contratarmos pessoas com as mesmas ideias de quem trabalha para a concorrência.”
A captação de recursos vai começar na segunda-feira (3). O fundo, cuja gestão está a cargo de Eduardo Kemmelmeier, estará disponível na plataforma BRE AAI. A aplicação mínima é de R$ 1 mil. O fundo cobrará taxas de administração de 2% e taxa de performance de 20% do que superar a variação do CDI.