Como empreendedora há mais de 12 anos, eu desenvolvi um jeito de pensar que é totalmente inclinado para soluções e oportunidades. Por esse motivo, criei o costume de conversar com pessoas próximas que prestam serviços ou tem negócios e ajudá-las a enxergar oportunidades que talvez não estejam enxergando, e também a estimular essa forma de pensar específica.
Nessa semana, tive a manutenção da minha extensão de cílios. A profissional que me atende é maravilhosa, o serviço dela é impecável, rápido, ela é cuidadosa e preocupada com o resultado final para cada uma das suas clientes. Só que ela não produz um conteúdo nas redes sociais para divulgar seu trabalho. Isso a prejudica na captação de clientes e na construção de uma marca pessoal que torne possível criar outras oportunidades de negócios (como produtos digitais de profissionalização de empreendedores do mesmo ramo).
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Assim que eu cheguei, depois de alguns meses sendo atendida por ela, já perguntei de cara: Por que você não tira um foto e faz um vídeo de cada cliente, mostrando um “antes e depois” dos procedimentos? Assim você terá conteúdos novos todos os dias e vai atrair mais clientes. E respondeu que era muito perfeccionista. O trabalho tinha que estar perfeito para ela postar, e por isso não postava nunca.
Como eu já tenho intimidade com ela, já soltei um: “Mentira! Não é por isso. Pensa comigo: será que você deixa de fazer o que precisa porque você é perfeccionista, ou você só tem medo de não ser tão boa quanto gostaria?”. Ela ficou pensativa e logo concordou.
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Vamos discutir isso juntos. A quantidade de pessoas que usa o perfeccionismo como desculpa para não fazer as coisas que sabem ser necessárias é assustadora. O escudo do perfeccionismo é, na verdade, medo. Principalmente medo de ser ruim. Mas, não é natural sermos ruins em tudo aquilo que fazemos pela primeira vez?
A provocação que usei para ela foi a seguinte: perguntei se o primeiro cílios que ela fez já foi perfeito, e ela disse que não, que era ruim perto do que é hoje, que ela não preenchia tudo, tecnicamente era bem pior do que é hoje, e que demorava muito mais para realizar o mesmo procedimento.
Ou seja, ela era ruim, mas começou mesmo assim, e, com a prática, se tornou muito boa. A lógica é a mesma para qualquer um de nós, em qualquer coisa que nos propusermos a fazer.
Se esconder por trás dessa máscara é, na verdade, escolher não encarar o medo, identificá-lo e encontrar uma solução para superá-lo. A solução para o medo de errar e de ser ruim é:
- Se preparar: estudar o tema, se capacitar tecnicamente, adquirir o conhecimento necessário para, pelo menos, saber o que fazer e como fazer.
- Começar: por mais óbvio que pareça, o primeiro passo é importantíssimo. Quanto mais você adia o começar, mais nervoso e ansioso ficará. Só vai e faz, ruim mesmo, para arrancar o band-aid de uma vez por todas.
- Analisar resultados e aprimorar: você pode e deve começar mesmo sendo ruim, o problema é quando você aceita o ruim como norma e não como um impulso para se tornar melhor. Analise o que deu certo, continue aprendendo e vá melhorando através da prática constante.
Seu medo de começar e ser ruim, sua insegurança sobre o que os outros vão falar, é só seu cérebro te avisando que isso que você quer fazer é novo e que você precisa se preparar apropriadamente. Ponto. Você não precisa ser o melhor do mundo no início, até porque nenhum de nós nunca será. Você só precisa começar.
Isabela Matte tem 24 anos, é mãe, empreendedora desde os 12, escritora, pós graduada em Filosofia, influenciadora, palestrante, podcaster, Under 30 e educadora. Fundadora da marca Isabela Matte e da edtech de empreendedorismo digital IMATIZE.
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