No Brasil, 90% das empresas são familiares, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A Matsuri, rede de restaurantes japoneses de Londrina, fundada pela família Koyama em 2003, fez parte dessa lista por 17 anos. Porém, em 2020, a pandemia a colocou em outra lista crescente no país – a das empresas inadimplentes. Atualmente, são mais de 6 milhões nesse grupo. Foi nesse momento que Raphael Koyama, o primogênito, precisou entrar na história.
Raphael nunca havia pensado em assumir os negócios da família. Formado em engenharia, ele trabalhou por seis anos em uma das maiores construtoras de Londrina antes abrir uma empresa de tecnologia voltada para alimentos com um colega. “Nunca tive vontade de empreender e o salário na construtora era muito bom, mas eu sou movido por propósitos e a ideia de trabalhar contra o desperdício de alimentos me chamou a atenção”, explica Koyama.
Cinco estratégias para sair do vermelho na terceira idade
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gustavomellossa/Getty Images 1. Reavalie os gastos
Seja utilizando papel e caneta, planilhas ou aplicativos, o primeiro passo é compreender as fontes de renda e as despesas. Isso inclui identificar os ganhos mensais e dividir as despesas em fixas e supérfluas. Também é importante projetar gastos emergenciais para ter uma ideia realista de quanto é necessário para viver bem, mesmo em um cenário negativo.
Após analisar as contas, é possível identificar áreas onde é possível reduzir custos. Mayara Sekertzis diz que reavaliou os próprios gastos e percebeu que pagava por serviços de streaming e televisão a cabo desnecessários. Cancelou alguns dos serviços, o que resultou em uma economia mensal de R$ 600. “Reavaliar permite entender onde é possível fazer trocas ou cortar certas coisas.”
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Getty Images/Andrzej Rostek 2. Pague as dívidas caras primeiro
Priorize o pagamento de dívidas com juros altos, como cartões de crédito e empréstimos pessoais. Concentre-se em quitar essas dívidas o mais rápido possível e busque negociar melhores condições de pagamento, se necessário.
Rodrigo Correa, estrategista-chefe da Nomos, também sugere considerar a possibilidade de consolidar as dívidas em um empréstimo com juros mais baixos. “Se possível, consolide dívidas caras em dívidas mais baratas, como o empréstimo consignado, por exemplo.”
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sukanya sitthikongsak/Getty Images 3. Mude o padrão de vida
Após o ajuste do orçamento, corte de gastos supérfluos e renegociação da dívida, é importante manter-se dentro do novo orçamento e evitar contrair novos empréstimos.
“É comum que, em alguns casos, os idosos aumentem suas despesas pessoais sob a justificativa de ‘aproveitar a vida’ ou ‘merecer’, mas isso pode levar a um descontrole financeiro que dificultará o pagamento de todas essas despesas ao longo da vida. Manter-se dentro do orçamento é fundamental”, afirma Fernando Lamounier, educador financeiro e diretor da Multimarcas Consórcios.
Outra mudança que deve ser feita é na carteira de investimentos, caso o idoso possua ativos financeiros. Jansen Costa, sócio-fundador da Fatorial Investimentos, sugere realocar os investimentos em ativos mais conservadores para reduzir o risco da carteira. Segundo ele, o risco pode afetar a rentabilidade a longo prazo, e a previsibilidade de uma carteira mais conservadora é extremamente relevante.
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4. Faça renda extra
Se o idoso estiver aposentado, o tempo pode ser um recurso valioso para gerar renda extra por meio do trabalho. É importante considerar a possibilidade de buscar oportunidades de trabalho temporário, vender itens não utilizados ou oferecer serviços freelance com base em habilidades específicas. A pessoa pode explorar diferentes opções e encontrar maneiras de aproveitar suas habilidades e conhecimentos para ganhar dinheiro extra.
“Importante destacar que o idoso poderia buscar alguma atividade que seja interessante, que o entretenha e que o ajude a envelhecer com saúde. Evitar trabalhos extenuantes ou que coloquem em risco sua saúde deveria ser premissa aqui”, diz Lamounier.
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Tinnakorn-Jorruang_Getyyimages 5. Procure ajuda
Não tenha receio de buscar orientação financeira profissional. Um consultor financeiro pode ajudá-lo a criar um plano de ação personalizado, fornecer estratégias para gerenciar suas dívidas e oferecer conselhos sobre investimentos. Além disso, eles podem auxiliá-lo a compreender melhor seus direitos e benefícios como idoso, incluindo programas de assistência social e cuidados de saúde.
“Lembre-se de que a chave para sair do vermelho financeiro é ter disciplina, paciência e perseverança. Seja realista em suas expectativas e esteja disposto a fazer ajustes em seu estilo de vida para alcançar a estabilidade financeira. Com dedicação e um plano bem elaborado, é possível conquistar uma vida financeira mais saudável”, afirma Correa.
Em segundo lugar, o grupo de pessoas com idades entre 41 e 60 anos registrou um aumento de 14,4% no número de inadimplentes no mesmo período.
1. Reavalie os gastos
Seja utilizando papel e caneta, planilhas ou aplicativos, o primeiro passo é compreender as fontes de renda e as despesas. Isso inclui identificar os ganhos mensais e dividir as despesas em fixas e supérfluas. Também é importante projetar gastos emergenciais para ter uma ideia realista de quanto é necessário para viver bem, mesmo em um cenário negativo.
Após analisar as contas, é possível identificar áreas onde é possível reduzir custos. Mayara Sekertzis diz que reavaliou os próprios gastos e percebeu que pagava por serviços de streaming e televisão a cabo desnecessários. Cancelou alguns dos serviços, o que resultou em uma economia mensal de R$ 600. “Reavaliar permite entender onde é possível fazer trocas ou cortar certas coisas.”
No início de 2019, eles lançaram a startup Ecofood para vender, bem barato, alimentos que sobravam em restaurantes e teriam como destino as latas de lixo. O negócio deu certo. Os sócios planejavam expandir os negócios para São Paulo no início de 2020, quando tudo mudou. A rede de três restaurantes, que atraía clientes de outras cidades, ia bem.
No entanto, a pandemia e as medidas de restrição fizeram os pais de Raphael, Cláudio e Emiko, temerem pelo futuro. “Meus pais não falaram nada, mas um tio veio me dizer que as finanças poderiam não estar bem”, diz Koyama. “Meus pais sempre foram muito focados em produtos e pessoas, mas não tinham muita experiência em gestão. Foi nesse momento que eu decidi que iria ajudar nos negócios.”
Na época, Emiko estimava que o Matsuri tivesse uma dívida de R$ 1 milhão. Ao fazer as contas, Raphael constatou que o passivo era de R$ 5 milhões. Ele vendeu apartamento, carro, e o que mais encontrou, para reduzir o endividamento. Não foi suficiente.
Ele pediu ajuda aos ex-chefes da construtora, que emprestaram R$ 250 mil, mesmo sabendo que o dinheiro provavelmente não voltaria. Foi o suficiente para pagar as demissões dos funcionários, mas o quadro seguiu caótico. “Eu analisava o caixa todos os dias. Em abril, um mês após o lockdown, só tínhamos R$ 10 mil, o que não mantém ninguém de pé”, afirma Koyama. Ele não viu outra opção além de fechar o negócio. Sua mãe não deixou. “Desistir não é opção”, disse ela, frase que se tornou um mantra da empresa.
A saída foi caçar oportunidades. O restaurante começou a vender comida brasileira e fez parceria com os prédios da região para entregar marmitas durante a pandemia. Isso ajudou a família a juntar o capital necessário para lançar, em junho, a Matsuri To Go.
Nova fase
Eles transformaram o andar de baixo da casa em que moravam alugaram em escritório e espaço de produção do novo negócio, que seria focado 100% em delivery de comida japonesa. Compraram mil embalagens para sushis e então, de olho no futuro, decidiram fechar definitivamente as três unidades do Matsuri.
Com um vídeo divulgado nas redes sociais, a família informou aos consumidores que estava fechando as portas, mas abrindo a sua nova empreitada. Por conta do comunicado, na primeira hora de Matsuri To Go, eles receberam 74 pedidos. Em um mês, a empresa bateu R$ 237 mil de faturamento, apenas com uma unidade de delivery aberta.
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Atualmente a rede tem mais de 12 lojas, sendo cinco próprias e sete franqueadas, que chegam a vender R$ 400 mil por mês. Assim, de um faturamento de R$ 1,6 milhão no fim de 2020, a empresa passou para R$ 6 milhões e em 2022 a Matsuri To Go faturou R$ 16 milhões. Para 2023, a expectativa é atingir uma receita de R$ 40 milhões.
“A dívida dos meus pais, que nós não imaginávamos quando poderíamos resolver, já está quase toda paga. Falta menos de R$ 1,5 milhão, que deve ser liquidado até o fim de 2024”, diz Koyama. Em outubro, a família vai voltar a ter uma unidade presencial em Londrina, e preveem chegar a São Paulo até o fim deste ano.