O dólar à vista voltou a acelerar a queda ante o real na manhã desta quinta-feira (10), passando a registrar recuo superior a 1%, após o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, iniciar sua apresentação em sessão do Senado.
Às 11:39 (de Brasília), o dólar à vista recuava 1,19%, a R$ 4,8480 na venda. Na B3,o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 1,11%, a R$ 4,8665.
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Campos Neto fez uma defesa da atuação do BC no combate à inflação e disse que a instituição está conseguindo um “pouso suave” contra a alta de preços. Ao mesmo tempo, pontuou que a inflação de serviços no Brasil “preocupa um pouco mais”, citando que o núcleo ainda está alto.
“O Brasil foi capaz de combater a inflação com aumento de juros menor que a média dos países”, pontuou.
Na semana passada, o BC cortou a taxa básica Selic em 0,50 ponto percentual, para 13,25% ao ano, sinalizando novas reduções de meio ponto nos próximos encontros.
A aceleração da queda do dólar com Campos Neto foi o segundo evento de impacto sobre a moeda norte-americana na manhã desta quinta-feira (10). Mais cedo, o dólar já havia ampliado as perdas ante o real logo após a divulgação de novos dados de inflação e de emprego nos Estados Unidos, em sintonia com o movimento da moeda norte-americana ante outras divisas de emergentes ou exportadores de commodities no exterior.
O índice de preços ao consumidor dos EUA subiu 0,2% em julho, em linha com a projeção de economistas ouvidos pela Reuters. Já os pedidos de auxílio-desemprego somaram 248 mil na semana passada, acima da estimativa de 230 mil dos economistas.
De acordo com Gabriel Mota, operador de renda variável da Manchester Investimentos, a aceleração da queda do dólar ocorreu porque o número de inflação dos EUA veio em linha com o esperado pelo mercado, reforçando a leitura de que o Federal Reserve pode não elevar mais os juros em 2023.
Na quarta-feira, o dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 4,9065 na venda, com alta de 0,17%.