Dinheiro traz felicidade? Quantas vezes você já ouviu essa pergunta? Eu ouço quase todo dia. É muito comum receber mensagens dizendo que eu incentivo as pessoas a correrem atrás do dinheiro, mas que isso não as fará mais felizes.
Acontece que eu tenho algumas ponderações a fazer sobre isso: primeiro, eu não incentivo ninguém a correr atrás do dinheiro. Ao contrário, eu desejo que as pessoas aprendam a lidar com dinheiro de forma planejada e consciente, justamente para não ter que correr atrás dele. E a segunda coisa é que dinheiro, em certa medida, pode trazer felicidade, sim.
Cinco estratégias para sair do vermelho na terceira idade
-
gustavomellossa/Getty Images 1. Reavalie os gastos
Seja utilizando papel e caneta, planilhas ou aplicativos, o primeiro passo é compreender as fontes de renda e as despesas. Isso inclui identificar os ganhos mensais e dividir as despesas em fixas e supérfluas. Também é importante projetar gastos emergenciais para ter uma ideia realista de quanto é necessário para viver bem, mesmo em um cenário negativo.
Após analisar as contas, é possível identificar áreas onde é possível reduzir custos. Mayara Sekertzis diz que reavaliou os próprios gastos e percebeu que pagava por serviços de streaming e televisão a cabo desnecessários. Cancelou alguns dos serviços, o que resultou em uma economia mensal de R$ 600. “Reavaliar permite entender onde é possível fazer trocas ou cortar certas coisas.”
-
Getty Images/Andrzej Rostek 2. Pague as dívidas caras primeiro
Priorize o pagamento de dívidas com juros altos, como cartões de crédito e empréstimos pessoais. Concentre-se em quitar essas dívidas o mais rápido possível e busque negociar melhores condições de pagamento, se necessário.
Rodrigo Correa, estrategista-chefe da Nomos, também sugere considerar a possibilidade de consolidar as dívidas em um empréstimo com juros mais baixos. “Se possível, consolide dívidas caras em dívidas mais baratas, como o empréstimo consignado, por exemplo.”
-
sukanya sitthikongsak/Getty Images 3. Mude o padrão de vida
Após o ajuste do orçamento, corte de gastos supérfluos e renegociação da dívida, é importante manter-se dentro do novo orçamento e evitar contrair novos empréstimos.
“É comum que, em alguns casos, os idosos aumentem suas despesas pessoais sob a justificativa de ‘aproveitar a vida’ ou ‘merecer’, mas isso pode levar a um descontrole financeiro que dificultará o pagamento de todas essas despesas ao longo da vida. Manter-se dentro do orçamento é fundamental”, afirma Fernando Lamounier, educador financeiro e diretor da Multimarcas Consórcios.
Outra mudança que deve ser feita é na carteira de investimentos, caso o idoso possua ativos financeiros. Jansen Costa, sócio-fundador da Fatorial Investimentos, sugere realocar os investimentos em ativos mais conservadores para reduzir o risco da carteira. Segundo ele, o risco pode afetar a rentabilidade a longo prazo, e a previsibilidade de uma carteira mais conservadora é extremamente relevante.
-
4. Faça renda extra
Se o idoso estiver aposentado, o tempo pode ser um recurso valioso para gerar renda extra por meio do trabalho. É importante considerar a possibilidade de buscar oportunidades de trabalho temporário, vender itens não utilizados ou oferecer serviços freelance com base em habilidades específicas. A pessoa pode explorar diferentes opções e encontrar maneiras de aproveitar suas habilidades e conhecimentos para ganhar dinheiro extra.
“Importante destacar que o idoso poderia buscar alguma atividade que seja interessante, que o entretenha e que o ajude a envelhecer com saúde. Evitar trabalhos extenuantes ou que coloquem em risco sua saúde deveria ser premissa aqui”, diz Lamounier.
-
Anúncio publicitário -
Tinnakorn-Jorruang_Getyyimages 5. Procure ajuda
Não tenha receio de buscar orientação financeira profissional. Um consultor financeiro pode ajudá-lo a criar um plano de ação personalizado, fornecer estratégias para gerenciar suas dívidas e oferecer conselhos sobre investimentos. Além disso, eles podem auxiliá-lo a compreender melhor seus direitos e benefícios como idoso, incluindo programas de assistência social e cuidados de saúde.
“Lembre-se de que a chave para sair do vermelho financeiro é ter disciplina, paciência e perseverança. Seja realista em suas expectativas e esteja disposto a fazer ajustes em seu estilo de vida para alcançar a estabilidade financeira. Com dedicação e um plano bem elaborado, é possível conquistar uma vida financeira mais saudável”, afirma Correa.
Em segundo lugar, o grupo de pessoas com idades entre 41 e 60 anos registrou um aumento de 14,4% no número de inadimplentes no mesmo período.
1. Reavalie os gastos
Seja utilizando papel e caneta, planilhas ou aplicativos, o primeiro passo é compreender as fontes de renda e as despesas. Isso inclui identificar os ganhos mensais e dividir as despesas em fixas e supérfluas. Também é importante projetar gastos emergenciais para ter uma ideia realista de quanto é necessário para viver bem, mesmo em um cenário negativo.
Após analisar as contas, é possível identificar áreas onde é possível reduzir custos. Mayara Sekertzis diz que reavaliou os próprios gastos e percebeu que pagava por serviços de streaming e televisão a cabo desnecessários. Cancelou alguns dos serviços, o que resultou em uma economia mensal de R$ 600. “Reavaliar permite entender onde é possível fazer trocas ou cortar certas coisas.”
É óbvio que o dinheiro em si não te fará uma pessoa feliz, a felicidade é um conceito subjetivo e pode ser influenciada por muitos fatores, incluindo dinheiro. Muitas pessoas dizem que o dinheiro pode comprar felicidade, enquanto outras argumentam que a felicidade independe da riqueza material. Ambas estão corretas.
Ter dinheiro suficiente para proporcionar a si e a quem ama uma vida segura, com acesso à saúde, educação, abundância material e boas experiências, certamente traz um conforto emocional que nos torna mais felizes. Por outro lado, é inquestionável que a felicidade para cada um é definida também por inúmeros fatores que não podem ser comprados. Então, a meu ver, a felicidade ligada ao dinheiro, tem a ver com o tipo de relação que você tem com ele.
O simples fato de ter dinheiro não garante felicidade, afinal, não são poucos os exemplos de pessoas que gastam todo o seu tempo e energia para acumular dinheiro, e por focarem totalmente nisso, não conseguem usufruir de momentos realmente felizes ao lado de quem amam. No entanto, dissociar 100% felicidade e dinheiro também não é inteligente, pois não ter dinheiro, sem dúvida alguma, trará experiências de privação que são fonte de estresse e infelicidade.
O que diz a ciência?
Um estudo recente publicado por Daniel Kahneman e Matthew Killingsworth na revista Proceedings of the National Academy of Sciences aponta que a felicidade pode continuar a aumentar com a renda, mesmo além de US$ 75.000 por ano, o limite anteriormente proposto por Kahneman em um estudo de 2010.
O estudo mais recente foi ajustado pela inflação e entrevistou nos Estados Unidos mais de 33 mil pessoas com idades entre 18 e 65 anos, economicamente ativas e com renda familiar de pelo menos US$ 10.000 por ano.
Os participantes foram solicitados a relatar seus sentimentos em intervalos aleatórios durante o dia por meio de um aplicativo de smartphone chamado Track Your Happiness, desenvolvido por Killingsworth. Os resultados mostraram que a felicidade continua a aumentar com a renda mesmo na faixa alta de renda para a maioria das pessoas.
Leia também:
- Temporada de balanços: o que você precisa saber como investidor
- Acompanhe em primeira mão o conteúdo do Forbes Money no Telegram
- Como aumentar o patrimônio investindo em ações
No entanto, não podemos desconsiderar que a felicidade é um conceito que varia de pessoa para pessoa. Além disso, outros fatores, como relacionamentos, saúde e realização pessoal, também podem desempenhar um papel importante na felicidade geral de uma pessoa.
Sendo assim, a combinação entre todos os aspectos emocionais e subjetivos que podem definir níveis de felicidade, com decisões financeiras que o distanciem do estresse ocasionado por dívidas, privações materiais ou mesmo dependência de terceiros em relações pouco saudáveis, constituem a base da construção de uma vida feliz, independente do que o conceito signifique para cada pessoa.
Planejamento: a chave para a segurança financeira
Há estudos científicos que demonstram que perseguir e alcançar metas é um fator de realização pessoal muito relevante. Trazendo isso para o contexto financeiro, ter um planejamento com metas claras e devidamente precificadas é uma ferramenta importante para construir segurança financeira e alcançar uma vida mais estável e feliz.
Um bom planejamento financeiro ajuda a reduzir o estresse e a ansiedade associados às finanças pessoais e ao proporcionar a sensação de segurança e estabilidade, contribuirá para uma vida mais leve e feliz.
Além disso, o planejamento irá possibilitar decisões financeiras melhores e evitar erros comuns, como gastar demais, adquirir dívidas ou investir em produtos financeiros ruins.
Investir com disciplina proporciona liberdade
Investir dinheiro de forma disciplinada e constante é uma parte importante do planejamento financeiro. Aprender a montar uma carteira de investimentos com diversificação equilibrada e em linha com metas de curto, médio e longo prazo é o melhor caminho para construir riqueza ao longo do tempo e assim, poder usufruir uma vida tranquila em que você possa fazer escolhas. Afinal, ter autonomia para escolher é, sem dúvida, um componente fundamental para a felicidade.
Leia também:
Não é um caminho fácil, contudo, é perfeitamente alcançável se você seguir algumas etapas:
- Defina metas financeiras claras: Determine o que você deseja alcançar com seus investimentos, como por exemplo, economizar para a aposentadoria, comprar uma casa ou construir um fundo de emergência. Isso ajudará você a concentrar seus esforços e escolher investimentos que o coloquem mais perto de suas metas;
- Crie um orçamento e siga-o: Um orçamento é um plano de como você gastará e economizará seu dinheiro. Ele irá ajudá-lo a identificar áreas em que você pode reduzir despesas e liberar mais dinheiro para investir. Não esqueça de incluir nesse orçamento, o valor que irá aportar mensalmente em sua carteira de investimentos. Tornar o aporte mensal uma “prestação” vai garantir que você tenha constância.
- Eduque-se: Reserve um tempo para aprender ao menos o essencial sobre investimentos. Esse conhecimento vai mudar sua relação com o dinheiro e te colocará no controle de sua vida financeira.
- Diversifique seus investimentos: uma carteira diversificada em várias classes de ativos irá reduzir seu risco e aumentar seus retornos potenciais.
- Procure orientação profissional: Considere trabalhar com um consultor financeiro ou planejador para ajudá-lo a desenvolver um plano de investimento adaptado às suas necessidades e objetivos. Contar com o suporte profissional de alguém que não tem envolvimento emocional com as decisões financeiras vai te dar uma perspectiva mais ampla sobre suas escolhas e sobre riscos e oportunidades do mercado.
Investir é um plano de longo prazo. Envolve tempo, paciência e disciplina, mas é o esforço necessário para ter uma vida que te proporcione tranquilidade, e esse é o meu ponto: o dinheiro sozinho não é um raio instantâneo para trazer felicidade, mas a autonomia, tranquilidade e independência que ele proporciona quando você aprende a usá-lo em seu favor, te fará uma pessoa mais feliz.
Dinheiro não compra felicidade, mas compra duas das coisas que fazem parte do caminho para alcançá-la: conhecimento e tempo. Tendo essas duas coisas, é muito provável que você consiga viver a vida que vale a pena ser vivida, com propósito e em linha com seus sonhos e valores pessoais, e isso traz muita felicidade.
Eduardo Mira é formado em telecomunicações, com pós-graduação em pedagogia empresarial e MBA em gestão de investimento. É analista CNPI, certificado CPA10 e CPA20, ex-gerente do Banco do Brasil e da corretora Modal.
Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Forbes Brasil e de seus editores.