O Ibovespa dá início a mais uma sessão marcada por aversão ao risco, mantendo a tendência de não conseguir registrar alta ao longo do mês de agosto. No pregão anterior, o índice estabeleceu um novo recorde, completando 13 pregões consecutivos de quedas. Com agendas tanto no cenário doméstico quanto internacional bastante esvaziadas, os investidores estão repercutindo o aumento dos juros nos Estados Unidos, que atingiu níveis comparáveis à crise do subprime em 2007. Adicionalmente, a preocupação em relação a uma possível crise imobiliária na China permanece em evidência, especialmente após a Evergrande, uma das maiores incorporadoras chinesas, entrar com pedido de proteção contra falência.
Por volta das 10h20, nesta sexta-feira (18),o Ibovespa exibia uma queda de 0,16%, situando-se em 114.859 pontos. Em contrapartida, o dólar estava em alta de 0,30%, sendo negociado a R$ 4,99.
A rentabilidade dos títulos do Tesouro americano com prazo de dez anos fechou em 4,326% ao ano na última quinta-feira (17), apresentando juros alinhados à época da crise do subprime, que foi a mais grave desde a Grande Depressão de 1929. A escalada das taxas de juros tem desencadeado quedas nos mercados de ações em todo o mundo, incluindo o Brasil.
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Na China, a Evergrande, que já foi a segunda maior incorporadora do país, protocolou um pedido de proteção contra falência nesta quinta-feira. A empresa acumulou uma série de empréstimos e entrou em inadimplência com esses compromissos em 2021, provocando uma significativa crise imobiliária na economia chinesa. De acordo com uma análise da Guide Investimentos, entre as 38 construtoras listadas na China, 18 registraram perdas durante o primeiro semestre deste ano e 11 já apresentam resultados negativos no acumulado do ano.
O receio dos investidores é de que uma potencial crise imobiliária na segunda maior economia global tenha repercussões em outras economias. Como resultado desse contexto, o Morgan Stanley reduziu a estimativa de crescimento econômico da China para 2023 para 4,7%, em comparação à previsão anterior de 5%.
Como estratégia para evitar uma crise, a Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China apresentou, nesta sexta-feira, uma série de medidas. Isso inclui a redução dos custos de negociação, o apoio a recompras de ações e o estímulo aos investimentos de longo prazo. O objetivo é auxiliar um mercado de ações que vem enfrentando quedas, atingindo mínimas de nove meses.
Além disso, a comissão delineou outras ações, como o impulso ao desenvolvimento de fundos de ações, a avaliação de planos para estender o horário de negociação e a busca por maneiras de tornar as empresas listadas mais atrativas para os investidores.
Confira os principais índices:
EUA (futuros):
Dow Jones: -0,43%
S&P 500: -0,56%
Nasdaq: -0,85%
Europa:
DAX (Frankfurt): -1,14%
FTSE100 (Londres): -1,16%
CAC 40 (Paris): -1,19%
Ásia:
Nikkei (Tóquio): -0,43%
Kospi (Coreia): -0,61%
Xangai (China): -1,00%
(Com Reuters)