A administradora de cartões Mastercad informou na última semana aos bancos e processadores de pagamentos que não vai mais pagar por compras de maconha nos Estados Unidos.
De acordo com as informações divulgadas à Bloomberg, diversas redes de cartões em todo o país estão relutantes em permitir transações de maconha porque a droga continua ilegal segundo as leis federais, apesar de ser legalizada em 38 dos 50 estados do país. A Visa, grande participante do mercado, também pretende encerrar suas operações em negócios que envolvam a droga.
A repressão, que diz respeito à modalidade de débito, significa que os consumidores norte-americanos de maconha terão menos formas de comprar a droga que não seja dinheiro em espécie.
Leia também:
- Aulas canábicas: especialização na indústria de cannabis cria mercado milionário
- De executiva de seguros a dona de um império de cannabis de R$ 1,7 bilhão
- Chapados no trabalho? Número recorde de americanos está usando maconha
Após o anúncio, especialistas da indústria de cannabis dos EUA disseram que as paralisações já estavam causando tumulto. Embora as compras possam ser feitas em dinheiro, os sistemas de caixa eletrônico e de débito são mais convenientes para consumidores, que estão dispostos a pagar altas taxas pelo serviço.
Na visão dos bancos e cartões, por outro lado, é uma vitória. Isso porque as instituições financeiras lutam para combater as tecnologias que representam riscos aos seus controles contra lavagem de dinheiro e fraude.
“Nossas regras exigem que os clientes conduzam atividades legais quando são licenciados para usar nossas marcas. O governo federal considera a venda de cannabis ilegal, então essas compras não são permitidas em nossos sistemas”, disse a Mastercard em comunicado.
Situação no Brasil
No Brasil, a situação é diferente. Como a droga não é permitida por aqui, as administradoras de cartões não passam por esses problemas. Porém, é possível usar compostos da maconha, como o canabidiol e o tetrahidrocanabinol (THC) de forma medicinal.
A implementação da cannabis para uso medicinal já dura quase uma década. No ano passado, a Anvisa publicou uma resolução dirigida a estes produtos, a RDC 660, no intuito de desburocratizar o acesso de pacientes, permitindo a importação direta, em nome de pessoa física, mediante autorização da agência.