O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, na manhã desta terça-feira (12), uma variação de 0,23% nos preços em agosto, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O resultado veio levemente abaixo da mediana das estimativas do mercado, que era de uma alta de 0,28%. Mesmo assim, a inflação de agosto foi quase o dobro dos 0,12% de variação registrados em julho. Com isso, o IPCA acumulado em 12 meses subiu para 4,61%, acima dos 3,99% registrados nos 12 meses até julho.
Segundo o IBGE, as principais influências vieram de eletricidade e gasolina. Os preços da energia elétrica subiram 4,59%, com um impacto de 0,18 ponto percentual no índice geral. A gasolina subiu 1,24%, com impacto de 0,06 ponto percentual no índice geral. O IBGE também destacou a alta de preços de automóveis novos, que subiram 1,71% no mês e representaram 0,05 ponto percentual no índice geral.
Leia também:
- IPCA acelera em agosto com conta de energia e taxa em 12 meses volta a superar 4%
- Acompanhe em primeira mão o conteúdo do Forbes Money no Telegram
Segundo Raphael Vieira, da Arton Advisors, o resultado veio abaixo das expectativas de mercado. “A categoria alimentação em casa contribuiu para o número menor que a expectativa, com queda de 1,26%”, afirmou. Para Vieira, esse resultado já havia sido parcialmente antecipado na tarde de segunda-feira (11), com uma queda dos contratos futuros de juros no início da tarde. “Os contratos de prazos mais curtos fecharam nas mínimas”, afirmou.
Já Rafael Costa, analista da BGC Liquidez, afirmou que o resultado de agosto apresentou boas notícias nos serviços e nos núcleos. “A principal surpresa baixista veio de uma deflação 5 pontos-base (centésimos de ponto percentual) mais forte do que o esperado na alimentação no domicílio”, afirmou. Os preços do frango em pedaços caíram 2,57% e os das carnes recuaram 1,90%.
“No entanto”, afirmou Costa”, o que realmente saltou aos olhos foram as baixas inflações registradas tanto nos serviços quanto nos serviços subjacentes”. Para o analista, “a leitura foi favorável e reforça um cenário de desinflação consistente devido às baixas leituras nos serviços e nos núcleos”.
Essa foi a última divulgação do IPCA antes da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), agendada para os dias 19 e 20 de setembro. Segundo Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, o resultado não trouxe alterações na projeção de juros para os próximos meses. “Ainda que os serviços tenham se mostrado melhor que o esperado, não apostamos que isso alterará sobremaneira o ritmo do corte de juro, que deverá seguir em 50 pontos-base por reunião”, afirmou Sanchez.