Thiago Coelho, presidente-executivo da subsidiária brasileira da cervejaria espanhola Estrella Galicia, tem viajado bastante para a cidade paulista de Araraquara, a 270 quilômetros de São Paulo. O município vai sediar a futura fábrica da cervejaria no Brasil, a primeira unidade fora da Espanha. A companhia prevê iniciar as obras em 2025, em uma área de cerca de 250 mil metros quadrados que receberá R$ 2 bilhões em investimentos. Quando estiver concluída, poderá produzir até 1,5 bilhão de litros de cerveja por ano. “O Brasil é um mercado muito estratégico para a companhia”, diz Coelho.
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O carro-chefe da marca é uma cerveja leve do tipo pilsen, mas a empresa também vai disputar mercado com outros tipos: uma cerveja escura tipo “Stout” e duas cervejas de torrefação média. “Notamos um espaço de mercado, acima do segmento premium e abaixo do nicho das cervejas artesanais”, relata Coelho. Esse segmento já representa cerca de 20% das vendas de cervejas no país, em um mercado que vem crescendo: em 2022, foram consumidos 15,4 bilhões de litros, 8% acima da demanda de 2021.
A Estrella Galicia foi fundada na Espanha em 1906. É presidida por Ignácio Rivera, da quinta geração da família controladora. Rivera, no comando desde 2012, foi o responsável pela expansão da empresa para além da região da Galícia. Os negócios acontecem no Brasil desde 2009, mas a atuação sempre foi discreta. Em 2021, porém, por meio de uma parceria com a Coca-Cola (que havia encerrado sua associação com a Heineken), a companhia resolveu testar o mercado a sério. O resultado justificou o investimento na fábrica própria. “O mercado é amplo e crescente, especialmente para rótulos de maior valor agregado”, justifica Coelho.
(Reportagem publicada na edição 110 da Revista Forbes, acessível no aplicativo na App Store e na Play Store, no site da Forbes e na versão impressa)