O Ibovespa começou o pregão desta terça-feira (31) em queda, com o mercado aguardando as decisões de política monetária dos Estados Unidos e do Brasil. Os investidores brasileiros também estão atentos ao risco fiscal após as declarações do presidente Inácio Luiz Lula da Silva sobre a inviabilidade de alcançar a meta de déficit zero nas contas públicas em 2024. Portanto, por volta das 10h30, o Ibovespa caía 0,32%, aos 112.144 pontos. Enquanto isso, o dólar tinha alta de 0,27%, negociado a R$ 5,06.
Na véspera da “Super Quarta“, o dia de decisão monetária dos EUA e Brasil, o mercado aponta para uma manutenção da atual taxa americana entre 5,25% e 5,50% e para uma queda da Selic de 0,5 ponto percentual, de 12,75% para 12,25% ao ano.
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No cenário político, a incerteza fiscal ronda o mercado acionário. O presidente Lula disse que “dificilmente alcançará a meta de déficit zero nas contas públicas em 2024”. De acordo com o mandatário, o governo não pode começar o ano cortando investimentos para conseguir cumprir a meta. Lula chegou a dizer que o mercado é “ganancioso demais” e que se recusa a cortar bilhões em obras. Acontece que a meta foi elaborada pelo atual governo, e quando o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi questionado por jornalistas, não respondeu se a meta será atingida. Apenas disse que a declaração do mandatário não mostra descompromisso e ele não está “sabotando o país”, mas constatando problemas que precisam ser saneados, e defendeu que novas medidas sejam enviadas ao Congresso, ponderando ser necessário “validar na política as decisões”.
Na prática, zerar o déficit é acabar com o prejuízo. Para que o governo equilibre as contas, são necessários mais R$ 168 bilhões de aumento na arrecadação. Por esse motivo, o Congresso tem enviado projetos para taxar as compras na Shein, as offshores, fundos exclusivos e apostas esportivas.
Em relação aos dados econômicos, de acordo com a PNAD Contínua, o Brasil encerrou o trimestre terminado em setembro com o menor índice de desemprego em quase uma década, atingindo 7,7%. O número de desempregados caiu para 8,3 milhões, enquanto o de ocupados atingiu 99,8 milhões, um recorde histórico.
No exterior, a inflação na zona do euro caiu para seu nível mais baixo em mais de dois anos em outubro, uma vez que os preços de energia caíram e as altas taxas de juros estabelecidas pelo Banco Central Europeu reduziram a demanda, segundo uma leitura preliminar divulgada nesta terça-feira. Os dados parecem provavelmente consolidar a visão do mercado de que o BCE não vai mais aumentar os juros como parte de sua luta contra a alta inflação. Os preços cresceram 2,9% em termos anuais em outubro, o ritmo mais lento desde julho de 2021, ante 4,3% no mês anterior.
Na China, a atividade industrial contraiu inesperadamente em outubro, segundo uma pesquisa oficial divulgada nesta terça-feira, lançando uma nuvem sobre os indicadores recentes que mostraram uma recuperação incipiente na segunda maior economia do mundo. O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) oficial caiu de 50,2 para 49,5 em outubro, voltando a ficar abaixo do nível de 50 pontos que separa contração de expansão. A leitura não atingiu a previsão de economistas de 50,2.
Confira os principais índices:
EUA (futuros):
Dow Jones: -0,03%
S&P 500: +0,11%
Nasdaq: -0,03%
Europa:
DAX (Frankfurt): +0,39%
FTSE100 (Londres): -0,17%
CAC 40 (Paris): +0,86%
Ásia:
Nikkei (Tóquio): +0,60%
Kospi (Coreia): -1,41%
Xangai (China): -0,09%
(Com Reuters)