Pré-Mercado: susto com Petrobras e juros externos

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Cenários

Duas notícias na segunda-feira preocuparam os investidores. A proposta da Petrobras (PETR3/PETR4) de alterar seu estatuto desagradou o mercado e fez as ações caírem 6% na segunda-feira (23), reduzindo o valor de mercado da empresa em R$ 32,3 bilhões. A proposta da estatal é excluir as vedações previstas na Lei das Estatais, de 2016. A propota será submetida à aprovação dos acionistas em uma assembleia.

A segunda notícia a preocupar o mercado foram as declarações do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, em um evento em São Paulo na segunda-feira. Campos Neto disse que a alta dos juros e o aperto na liquidez nos mercados financeiros internacionais serão prejudiciais para as economias emergentes, devido à esperada restrição da oferta de capital.

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Perspectivas

As duas notícias são negativas. Começando pelos juros. As declarações dos banqueiros centrais na Europa e nos Estados Unidos são claras no sentido de que ainda há um longo caminho a percorrer para fazer a inflação retroceder aos níveis anteriores à pandemia. Isso vai demanda esforço e sacrifícios, com a manutenção dos juros elevados nas principais economias.

O impacto será forte tanto sobre esses países quanto sobre as economias emergentes, que dependem estruturalmente de capital internacional para seu desenvolvimento. No caso brasileiro, juros mais elevados deverão aumentar a pressão para o equilíbrio das contas públicas, o que deverá dificultar a queda da Selic.

Segundo Fernando Bresciani, analista de investimentos do Andbank, as bolsas amanhecem positivas na Europa e EUA e fecharam em alta na Ásia. Durante a manhã houve a divulgação do PMI na zona do Euro. O PMI de outubro caiu para 46 ante os 47 de setembro. O resultado foi o menor em 35 meses e mostra uma tendência de desaceleração da economia europeia. Os preços internacionais do petróleo estão estáveis e as cotações do minério de ferro apresentam uma leve alta.

Em relação à Petrobras, as mudanças tornarão possível a volta das indicações políticas para cargos de diretora na estatal, o que pode afetar sua rentabilidade.