A Americanas anunciou nesta segunda-feira que conseguiu de parte dos principais bancos credores da companhia apoio vinculante para o plano de recuperação judicial da empresa, além de crédito deste grupo de R$ 1,5 bilhão.
A companhia afirmou que o grupo, chamado pela empresa de “credores apoiadores”, representa mais de 35% de sua dívida e é formado por Bradesco, BTG Pactual, Itaú Unibanco e Santander Brasil. Representantes dos bancos não comentaram o assunto de imediato.
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Outros interessados seguem em diálogo com a empresa, o que pode elevar o apoio de maneira vinculante para mais de 50% da dívida, afirmou a companhia.
Às 10h31, as ações da Americanas exibiam alta de 2,7%, a R$ 1,13 enquanto o Ibovespa tinha oscilação negativa de 0,02%.
A assembleia de credores da Americanas está marcada para 19 de dezembro.
“Este acordo é um marco importante de nosso processo de recuperação judicial e um significativo progresso da Americanas no caminho para a nossa meta de emergir como uma empresa mais forte”, disse o presidente-executivo da Americanas, Leonardo Coelho, em comunicado à imprensa.
Além dos quatro bancos anteriores, a lista de credores financeiros da Americanas inclui Banco do Brasil e Safra.
A Americanas afirmou que os credores que manifestaram apoio concordaram em “dar suporte” e a votarem favoravelmente ao plano de recuperação.
A companhia afirmou que conseguiu assegurar na negociação com os bancos garantia-firme para uma linha de fianças bancárias ou seguros-garantia num volume de 1,5 bilhão de reais, disponível por dois anos da conclusão das etapas de reestruturação, ou até o encerramento da recuperação judicial, o que ocorrer primeiro.
Os bancos que oferecerem esse seguro fiança terão “acesso prioritário” a uma parcela de 1,5 bilhão de um pagamento antecipado de R$ 6,7 bilhões previsto no plano.
A Americanas afirmou que o plano inclui ainda aumento de capital de 12 bilhões de reais pelo trio de bilionários que são “acionistas de referência” da companhia — Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles — e outros 12 bilhões pelos próprios credores, mediante conversão de dívidas em ações.
A rede de varejo, que sucumbiu sob o peso de 50 bilhões de reais em dívidas após um dos maiores escândalos contábeis da história do país, também prevê no plano uma bonificação para as ações a serem emitidas. A cada três novos papéis emitidos, haverá um bônus de subscrição, cujo preço de exercício será de 1 centavo de real.
A Americanas também prevê no plano R$ 2 bilhões para pagamento de credores financeiros por meio de mecanismo de leilão reverso. Além disso, a empresa reserva R$ 6,7 bilhões aos credores que optarem por receber antecipadamente, mas com forte desconto. Neste montante está incluído o acesso prioritário dos credores que ofereceram 1,5 bilhão de reais em crédito à empresa.
Ao final do processo, a Americanas sustenta que sua dívida bruta será de R$ 1,875 bilhão.