O Ibovespa disparou 2,29% no pregão desta terça-feira (14) e atingiu 123.169 pontos, marcando o máximo do ano, comparável ao registrado em 9 de agosto de 2021, quando encerrou o dia com 123.019 pontos. O índice, assim como as bolsas mundiais, foi impulsionado pelo dado inflacionário dos Estados Unidos, que ficou abaixo do esperado. O resultado de outubro reforçou a percepção de que o Federal Reserve não deve mais elevar as taxas de juros e antecipou as apostas de corte para maio de 2024. Nesse mesmo contexto, o dólar teve uma desvalorização de 0,93%, negociado a R$ 4,86.
O Departamento do Trabalho dos EUA informou que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) ficou estável no mês passado e acumulou alta de 3,2% nos 12 meses até outubro, após elevações de 0,4% em setembro e de 3,7% nos 12 meses até setembro. Economistas consultados pela Reuters projetavam altas de 0,1% no mês e de 3,3% na base anual.
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Por trás desse movimento está a leitura de que o Fed tende a não promover novos aumentos de juros no curto prazo, o que pressiona o dólar e favorece moedas de maior risco, como o real e o peso chileno.
No cenário político brasileiro, os investidores permanecem acompanhando o risco fiscal. A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou nesta terça-feira que a área econômica do governo ainda não tem uma posição concreta sobre a eventual mudança da meta fiscal de 2024 e que o tema será ponderado no “momento certo”.
No cenário corporativo, o mercado acionário reage aos balanços. A Azul (AZUL4) teve lucro operacional atingindo R$ 957,4 milhões no terceiro trimestre de 2023, um crescimento de 137,1% em comparação com o mesmo período do ano passado.
O Magazine Luiza (MGLU3) registrou lucro líquido de R$ 331,2 milhões no terceiro trimestre deste ano, revertendo o prejuízo de R$ 190,9 milhões do mesmo período de 2022. No entanto, no critério ajustado, foi registrado prejuízo de R$ 143,4 milhões, queda de 14,7%.
A CSN (CSNA3) teve prejuízo atribuído aos controladores de R$ 154,5 milhões no terceiro trimestre, revertendo lucro de R$ 133,4 milhões registrados no mesmo período do ano passado. E a Raízen (RAIZ4) encerrou o segundo trimestre do ano-safra de 2023/24 com prejuízo líquido atribuído aos acionistas de R$ 19 milhões, frente a R$ 880 milhões negativos um ano antes.
Destaques do pregão
Maiores Altas:
AZUL4: +8,84% a R$ 16,75
CSNA3: +8,47% a R$ 13,71
VAMO3: +8,87% a R$ 9,65
CVCB3: +6,83% a R$ 3,13
RENT3: +6,65% a R$ 5,98
Maiores Baixas:
SUZB3: -2,26% a R$ 52,88
RAIZ4: −2,09% a R$ 3,75
JBSS3: −0,71% a R$ 20,85
TIMS3: −0,35% a R$ 17,16
YDUQ3: −0,50% a R$ 19,85
Exterior
Os principais índices de Wall Street encerraram em forte alta nesta terça-feira, impulsionados por dados de inflação mais fracos do que o esperado nos Estados Unidos. Dow Jones, S&P e Nasdaq avançaram 1,43%, 1,91% e 2,37%, respectivamente.
Na Europa, as ações também fecharam em alta, atingindo o maior nível em um mês. Os dados indicando um arrefecimento da inflação nos EUA aumentaram as expectativas de que o Federal Reserve encerrou seu ciclo de altas nas taxas de juros e pode começar a flexibilizar a política monetária em breve.
O índice pan-europeu STOXX 600 encerrou o dia com ganho de 1,34%, atingindo 452,60 pontos. As ações do setor imobiliário, mais sensíveis aos juros, saltaram 7,0%, atingindo seu patamar mais alto desde março.
(Com Reuters)