O mercado brasileiro mostrou indecisão nesta segunda-feira (27), aguardando o desenrolar da semana, que traz uma agenda econômica repleta de indicadores capazes de fornecer pistas sobre os próximos passos do Federal Reserve (Fed). O Ibovespa oscilou entre perdas e ganhos, mantendo-se numa faixa estreita de variação, mas encerrou o dia em alta de 0,17%. A recuperação para os 125 mil pontos durante a tarde foi impulsionada mais por fatores internos, enquanto as bolsas de Nova York fecharam ligeiramente negativas.
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A semana apresenta uma agenda robusta de indicadores no exterior, em especial PIB , PCE e Livro Bege dos Estados Unidos, que ajudarão a ajustar as apostas para a política monetária do Federal Reserve.
Os juros futuros acompanharam a queda nos yields dos treasuries, mas também foram influenciados por fatores domésticos que melhoram o balanço de riscos. O cenário fiscal ganhou mais clareza com os números da arrecadação de outubro e a aprovação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) do pagamento de precatórios.
Além disso, o noticiário sobre a dificuldade de alguns governadores em aprovar o aumento do ICMS também contribuiu para a queda dos juros futuros, pois retiraria pressão sobre a inflação, segundo Alexsandro Nishimura, economista da Nomos.
“Com os desdobramentos no campo monetário nos EUA incorporados pelo mercado nas últimas semanas, o foco dos investidores no Brasil retorna à pauta fiscal e seus impactos na curva de juros de longo prazo”, avalia a equipe da BB Investimentos.
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No mercado acionário, destaque para a Americanas (AMER3), que fechou acordo com credores para uma capitalização de R$ 24 bilhões. O PSA (Plan Support Agreement) prevê a capitalização de R$ 24 bilhões, sendo R$ 12 bilhões pelos acionistas de referência – Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira – e outros R$ 12 bilhões em conversão de dívida concursal por parte dos credores.
Com a notícia, AMER3 chegou a bater R$1,23 na máxima, cerca de 10% de alta em relação ao fechamento de sexta-feira. No entanto, devolveu toda a alta e ainda passou a trabalhar no campo negativo, um sinal de que não será fácil reconquistar a credibilidade diante dos investidores, segundo Anderson Silva, head de renda variável da GT Capital.
Pela quarta sessão consecutiva, o dólar teve pouco fôlego para se afastar da estabilidade, encerrando esta segunda-feira novamente perto dos 4,90 reais, enquanto no exterior o viés predominante para a moeda norte-americana era de baixa, em meio à leitura de que o Federal Reserve pode iniciar o processo de cortes de juros ainda no primeiro semestre de 2024.
O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,8997 reais na venda, em leve alta de 0,01%. Nas últimas quatro sessões, o dólar acumulou variação positiva de apenas 0,03% ante o real. Em novembro, a moeda acumula baixa de 2,79%.
Destaques do pregão
Maiores Altas:
YDUQ3: +10,21% a R$ 21,15
COGN3: +6,51% a R$ 3,11
CMIN3: +6,28% a R$ 6,94
GOLL4: +3,52% a R$ 9,43
LWSA3: +3,29% a R$5,96
Maiores Baixas
RRRP3: -4,55% a R$ 30,66
RAIZ4: −4,55% a R$ 3,58
PCAR3: −3,93% a R$ 3,44
VAMO3: −3,28% a R$ 9,18
VBBR3: −2,43% a R$ 21,69
Exterior
Os principais índices de Wall Street tiveram um dia misto nesta segunda-feira, antes de uma leitura importante de inflação e de falas de autoridades de política monetária do Federal Reserve esperadas para esta semana, enquanto as ações de alguns varejistas subiam, com as compras de fim de ano ganhando força com as ofertas da Cyber Monday.
O Dow Jones caiu 0,16%, para 35.333 pontos, o S&P 500 recuou 0,19%, a 4.550 pontos, e o Nasdaq Composite teve uma leve queda de 0,07%, a 14.241.
Já o mercado acionário europeu caiu nesta segunda, pressionado pela fraqueza das ações de saúde, enquanto os papéis do setor imobiliário limitaram as perdas diante de ganhos acentuados no portal imobiliário britânico Rightmove. O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em queda de 0,34%, a 458,41 pontos, com as ações do setor de saúde caindo 0,6%.
(Com Reuters)