O Banco Central melhorou sua estimativa de crescimento para a economia brasileira em 2023 a 3,0%, de 2,9% estimados em setembro. Mostram dados do Relatório Trimestral de Inflação, divulgado nesta quinta-feira (21). Ele também apresentou projeção de alta de 1,7% para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2024, de 1,8% antes.
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O documento também trouxe uma forte revisão para melhor da chance de a inflação estourar o teto da meta neste ano. Há probabilidade do índice superar o limite superior de 4,75% da banda de tolerância está em 17%, contra 67% estimados em setembro.
A projeção do BC para o crescimento da atividade se igualou às estimativas do governo neste ano, mas ainda está menos otimista na previsão para 2024. O Ministério da Fazenda divulgou em novembro que espera um crescimento de 3,0% em 2023 e de 2,2% no ano que vem. A pesquisa Focus mais recente, por sua vez, apontou que o mercado prevê uma expansão do PIB de 2,92% em 2023 e 1,51% em 2024.
Dados da atividade econômica surpreenderam positivamente neste ano, mas já começam a indicar uma desaceleração diante dos efeitos da política monetária contracionista promovida pelo Banco Central com o objetivo de controlar a inflação.
De acordo com o relatório, a perspectiva de arrefecimento da atividade econômica se confirmou. Entretanto o crescimento do PIB no terceiro trimestre tenha ficado “ligeiramente maior que o esperado”.
“O cenário prospectivo inclui aumento do ritmo de crescimento ao longo do próximo ano, com moderação do consumo das famílias, retomada dos investimentos, e manutenção de um balanço favorável nas contas externas”, informa o relatório do BC.
Em relação á inflação, o BC afirmou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu menos do que o previsto no relatório de setembro. A surpresa de diminuição foi originada principalmente nos segmentos de preços administrados, especialmente combustíveis, e de bens industriais.
“A inflação cheia e a média dos núcleos de inflação se aproximam da meta para a inflação nas divulgações mais recentes”, afirmou.
A autoridade monetária ponderou que não houve mudança relevante na mediana das expectativas de inflação para os próximos anos, que permanecem desancoradas.
Banco Central melhora projeção das transações correntes em 2023 para déficit de US$26 bi
Em seu Relatório Trimestral de Inflação, o Banco Central melhorou sua estimativa para o resultado das transações correntes neste ano, passando a ver um déficit de 26 bilhões de dólares, ante saldo negativo de 36 bilhões de dólares projetado em setembro, enxergando para 2024 déficit de 35 bilhões de dólares, de 37 bilhões de dólares antes.
O Banco Central passou a ver Investimentos Diretos no País (IDP) de 60 bilhões de dólares em 2023, sobre 65 bilhões de dólares antes. Na visão da autoridade monetária, o patamar deve subir para 70 bilhões de dólares em 2024, contra previsão anterior de 75 bilhões de dólares.
Nas contas do BC, a balança comercial terá superávit de 79 bilhões de dólares neste ano, contra estimativa anterior de 68 bilhões de dólares. No ano que vem as trocas comerciais ficariam positivas em 73 bilhões de dólares, de 71 bilhões de dólares antes.
BC reduz estimativa de expansão do crédito em 2023 para 6,8%, ante 7,3%
O Banco Central previu um crescimento do crédito no país de 6,8% este ano, ante estimativa de 7,3% feita em setembro, conforme dados do relatório.
Agora, a expectativa é que o crédito às famílias suba 8,6% em 2023, contra expectativa anterior de 9,9%. Para as empresas, a elevação foi calculada em 4,1%, ante 3,4% no último relatório.
O estoque de crédito livre, em que as taxas são pactuadas livremente entre bancos e tomadores, o BC projeta agora uma expansão de 4,8% em 2023, contra alta de 5,7% antes. Para o crédito direcionado, que atende a parâmetros estabelecidos pelo governo, a perspectiva é de alta de 9,7% neste ano, contra 9,6% antes.
Nas contas do BC, a expansão do estoque de crédito em 2024 será de 8,8%, contra previsão anterior de 8,5%. Nesse caso, a autoridade monetária vê alta de 9,4% no crédito às pessoas físicas – de 9,2% antes – e de 7,7% no crédito às empresas – de 7,4% antes.
No próximo ano, o estoque de crédito com recursos livres deve ter expansão de 8,1% (7,9% antes), ao passo que o saldo com recursos direcionados deve subir 9,7% (9,3% antes), completou o BC.