Confirmando as expectativas, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a taxa referencial Selic em meio ponto percentual para 11,75% ao ano. Segundo o Comunicado divulgado após a reunião, o Comitê divulgou uma redução nas suas expectativas de inflação. Considerando-se todos os preços da economia, a inflação esperada pelo Copom para 2023 caiu para 4,6% ante os 4,7% da reunião anterior. A projeção para 2024 recuou para 3,5% ante 3,6%; e a estimativa para 2025 manteve-se inalterada em 3,2%.
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Considerando-se apenas os preços administrados, a projeção para 2023 caiu para 9,1% ante 9,3% da reunião anterior. A estimativa para 2024 teve a maior baixa, recuando para 4,5% ante 5,0%. E a expectativa para 2025 seguiu estável em 3,6%.
No Comunicado, o Banco Central (BC) informou que “o conjunto dos indicadores de atividade econômica segue consistente com o cenário de desaceleração da economia antecipado pelo Copom. A inflação cheia ao consumidor, conforme esperado, manteve trajetória de desinflação, com destaque para as medidas de inflação subjacente, que se aproximam da meta para a inflação nas divulgações mais recentes”.
Para o Copom, os dois maiores riscos de baixa da inflação são 1) uma desaceleração global mais acentuada do que esperado e 2) os impactos do aperto monetário sobre a desinflação global serem mais fortes do que o esperado.
Apesar disso, o Copom segue cauteloso. Segundo o Comunicado, “o processo desinflacionário, que tende a ser mais lento, expectativas de inflação com reancoragem apenas parcial e um cenário global desafiador, demandam serenidade e moderação na condução da política monetária”. E, para não deixar dúvidas: “o Comitê reforça a necessidade de perseverar com uma política monetária contracionista”.
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Para o futuro, “em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário.”
Repercussões
Segundo Étore Sanchez, da Ativa Investimentos, as alterações no Comunicado foram “marginais”, e o texto indicou que “as reuniões de fevereiro e março, no mínimo, deverão ter reduções da Selic de 0,50 ponto percentual”. Para Sanchez, o fato de o BC ter reconhecido que o tamanho da flexibilização dependerá de vários fatores, como a dinâmica inflacionária, as expectativas e projeções de inflação, o hiato do produto e o balanço de riscos. Para ele, o Comitê “reconheceu que houve um processo desinflacionário”, mas a reancoragem segue sendo um entrave para o afrouxamento mais extremo da taxa de juros.
O economista Vinicius Moura, sócio da Matriz Capital, avalia que o tom do Comunicado veio “positivo, com uma expectativa de mais reduções futuras, no plural e não no singular, o que anima o mercado”. Para Moura, o texto foi “bem brando, bem tranquilo, sem nenhum ponto preocupante quanto às expectativas da taxa de juros para as próximas reuniões”.