O Ibovespa opera em queda de 0,12% na abertura do pregão desta quarta-feira (20), a 131.687 pontos perto das 10h10, horário de Brasília. No Brasil, os investidores acompanham os dados de atividade econômica do país, que vieram abaixo do esperado pelo mercado em outubro. No exterior, a expectativa fica em torno de novos dados econômicos, que devem dar força à perspectiva de queda dos juros nos Estados Unidos.
O dólar avançava 0,02% ante o real por volta das 10h10. A moeda era negociada a R$ 4,8657.
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A atividade econômica brasileira decepcionou e iniciou o quarto trimestre com leve recuo em outubro, ressaltando a perspectiva de um final de ano fraco depois de mostrar resiliência no terceiro trimestre, de acordo com dados do Banco Central divulgados nesta quarta-feira.
O Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br) recuou 0,06% em outubro na comparação com o mês anterior, mostrou dado dessazonalizado do indicador que é um sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB).
O resultado do mês ficou bem aquém da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,10% e marcou a terceira vez seguida no vermelho. Em agosto o índice recuou 0,7%, e mostrou queda de 0,05% em setembro, de acordo com os dados do BC.
Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o IBC-Br teve alta de 1,54%, enquanto no acumulado em 12 meses passou a um avanço de 2,19%, de acordo com números observados.
Na terça-feira (19) o Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou que em 2024 o Brasil vai retornar à lista de dez maiores economias do mundo, com um Produto Interno Bruto (PIB) nominal de US$ 2,13 trilhões. Esse resultado supera, por pouco, os US$ 2,12 trilhões previstos para o Canadá, e coloca a economia brasileira na nona posição. Ainda segundo o FMI, até 2026 o Brasil pode tornar-se a oitava maior economia do planeta, com um PIB nominal estimado de US$ 2,476 trilhões.
No cenário corporativo, os credores da Americanas aprovaram na noite de terça-feira (19) o plano de recuperação judicial da empresa, que inclui uma injeção de 12 bilhões de reais pelo trio de bilionários e acionistas de referência da companhia.
A aprovação é fundamental para a recuperação da Americanas. O plano precisa agora ser homologado pela Justiça, o que daria início a um período de dois anos para a empresa executá-lo.
O plano envolve a injeção de R$ 12 bilhões por Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, além de R$ 12 bilhões em conversão de dívida em ações da empresa.
Cerca de 91,1% dos credores aprovaram o acordo após mais de seis horas de discussão, enquanto, em termos de volume de dívida com a Americanas, 97,2% dos credores deram aval para o plano — a empresa precisava de maioria em ambos os cenários.
Em Brasília, o Congresso fará nesta tarde a promulgação da PEC da reforma tributária, que foi aprovada na Câmara na última sexta-feira (15). O plenário do Senado votará também a MP que altera a tributação de incentivos fiscais.
Mercados internacionais
Nos Estados Unidos, as expectativas dos investidores ficam em torno do índice de confiança do consumidor Conference board de dezembro, que sairá no início da tarde.
Na Ásia, as ações blue-chips da China atingiram uma mínima de quase quatro anos nesta quarta-feira, já que os investidores estão gradualmente perdendo as esperanças com medidas de estímulo e não estão dispostos a comprar na queda.
A China deixou inalteradas suas taxas referenciais de empréstimo na fixação mensal desta quarta-feira, atendendo às expectativas do mercado, depois que o banco central manteve a taxa de juros de médio prazo na semana passada.
No entanto, os observadores do mercado continuam a esperar mais afrouxamento monetário no novo ano para dar suporte a uma recuperação econômica que está se arrastando, uma vez que a pressão deflacionária aumenta os custos reais de empréstimos.
A taxa primária de empréstimos (LPR) de um ano foi mantida em 3,45%, enquanto a LPR de cinco anos permaneceu em 4,20%.
O Hang Seng, de Hong Kong, valorizou 0,66%; e o BSE Sensex, de Mumbai, fechou o dia em queda de 1,30%. Já na China continental, o índice Shanghai perdeu 1,03%; e no Japão, o índice Nikkei avançou 1,37%.
Na Europa, a inflação no Reino Unido caiu em novembro para o menor nível em mais de dois anos, levando os investidores a apostar ainda mais que o Banco da Inglaterra reduzirá a taxa de juros no primeiro semestre do próximo ano.
A taxa anual de aumento dos preços ao consumidor caiu de 4,6% em outubro para 3,9% em novembro, devido em parte ao preço mais baixo da gasolina, registrando o valor mais baixo desde setembro de 2021, informou o Escritório de Estatísticas Nacionais nesta quarta-feira.
O Banco Central Europeu deve manter as taxas de juros em níveis recordes para conter a inflação, e os investidores que apostam em cortes futuros nos custos dos empréstimos devem ter cuidado, disse o membro do BCE Joachim Nagel em uma entrevista publicada nesta quarta-feira.
O presidente do Bundesbank, banco central alemão, se juntou a vários de seus pares para contestar as expectativas do mercado de que o BCE começará a reverter sua série mais acentuada de aumentos de juros já em março ou abril.
“Devemos inicialmente permanecer no patamar atual da taxa de juros para que a política monetária possa desenvolver plenamente seu efeito de amortecimento da inflação”, disse Nagel em uma entrevista ao portal de internet alemão T-Online.
O Stoxx 600 ganhava 0,01%; na Alemanha, o DAX recuava 0,05%; o CAC 40 em queda de 0,07% na França; na Itália, o FTSE MIB recua 0,27%; enquanto o FTSE 100 tem valorização de 0,60% no Reino Unido.
(Com Reuters)