O Ibovespa opera em alta de 1,14% na abertura do pregão de hoje (14), a 130.935 pontos perto das 10h10, horário de Brasília. Os mercados acordaram eufóricos com as decisões dos bancos centrais no Brasil e nos Estados Unidos, acreditando em uma perspectiva mais positiva para os juros no próximo ano, após o Federal Reserve sinalizar fim de altas dos juros e taxas mais baixas em 2024.
O dólar recuava 0,73% ante o real por volta das 10h10. A moeda era negociada a R$ 4,8816.
As vendas no comércio varejista brasileiro frustraram as expectativas e apresentaram perdas em outubro, ainda mostrando dificuldades em deslanchar na metade do último trimestre do ano.
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Em outubro, as vendas no varejo caíram 0,3% em relação a setembro, resultado que ficou bem aquém da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,2%, depois de alta de 0,5% em setembro.
Agora, o varejo opera 4,4% acima do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020, e 2,0% abaixo do maior nível da série, atingido em outubro do mesmo ano, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os dados divulgados nesta quinta-feira mostraram ainda que, na comparação com outubro do ano passado, as vendas tiveram ganho de 0,2%, contra expectativa de avanço de 1,76%.
No cenário corporativo, a CSN divulgou nesta quinta-feira uma série de projeções para o grupo de siderurgia, mineração e cimento, estimando investimento de 6 bilhões de reais em 2024, após uma previsão de desembolsos de 4,4 bilhões este ano.
A companhia também projetou que sua área de mineração vai investir 15,3 bilhões de reais entre este ano e 2028 ante previsão anterior de investimento de 13,8 bilhões entre 2023 e 2027.
A Itaúsa anunciou nesta quinta-feira que levantou R$ 1,7 bilhão entre novembro e dezembro com a venda do restante de sua participação na plataforma de investimentos XP, segundo fato relevante ao mercado.
A venda envolveu 14,77 milhões de ações e a Itaúsa afirmou que parte dos recursos da operação foi usada para resgate antecipado de debêntures e parte será “direcionada ao esforço de caixa e à ampliação do nível de liquidez” da companhia.
Mercados internacionais
Nos Estados Unidos, o Federal Reserve manteve a taxa básica de juros inalterada na quarta-feira e sinalizou em novas projeções econômicas que o aperto histórico da política monetária dos Estados Unidos promovido ao longo dos últimos dois anos está no fim e que 2024 terá custos mais baixos de empréstimos.
Em um novo comunicado de política monetária, as autoridades do banco central dos EUA levaram em conta explicitamente o fato de que a inflação “diminuiu no último ano” e disseram que observarão a economia para ver se “algum” aumento adicional dos juros será necessário — o que implica diretamente que, após meses de aperto monetário agressivo e uma tendência de aumento da taxa básica, talvez não seja necessário aumentá-las novamente.
Na Ásia, as ações da China fecharam em queda nesta quinta-feira, devolvendo os ganhos obtidos no início do pregão uma vez que dados de crédito mostraram que a demanda doméstica permaneceu fraca, enquanto o mercado de Hong Kong acompanhou a alta dos mercados globais devido ao tom dovish do Federal Reserve.
As ações asiáticas avançaram de modo geral depois que o Fed sinalizou o fim de seu ciclo de aperto monetário e adotou um tom mais brando para o próximo ano.
O banco central da China provavelmente aumentará as injeções de liquidez e, ao mesmo tempo, deixar a taxa básica de juros inalterada ao rolar empréstimos de médio prazo que estão vencendo na sexta-feira, de acordo com uma pesquisa da Reuters.
Entre os trinta e dois participantes do mercado entrevistados esta semana, 29, ou 91%, esperam que o Banco do Povo da China mantenha inalterada a taxa da ferramenta de empréstimo de médio prazo (MLF, na sigla em inglês) de um ano,
enquanto os três restantes projetavam um corte marginal na taxa de juros.
O Hang Seng, de Hong Kong, valorizou 1,07%; e o BSE Sensex, de Mumbai, fechou o dia em alta de 1,34%. Já na China continental, o índice Shanghai perdeu 0,33%; e no Japão, o índice Nikkei recuou 0,73%.
Na Europa, o instituto alemão Ifo reduziu sua previsão de crescimento econômico para o país em 2024 nesta quinta-feira, afirmando que a incerteza entre os consumidores e as empresas, que foi ainda mais alimentada por uma crise orçamentária que envolveu o governo por semanas, está atrasando a recuperação.
O instituto agora espera que a maior economia da Europa cresça 0,9% no próximo ano, em vez da taxa de 1,4% prevista em setembro.
“A incerteza está atualmente atrasando a recuperação, pois aumenta a propensão dos consumidores a poupar e reduz a disposição das empresas e das famílias para investir”, disse o chefe de projeções do Ifo, Timo Wollmershaeuser.
Em princípio, porém, a economia está no caminho da recuperação, já que o poder de compra está de volta, a demanda deve se recuperar e as taxas de juros altas ficaram para trás, disse o Ifo.
O Stoxx 600 ganhava 1,47%; na Alemanha, o DAX avançava 0,64%; o CAC 40 em alta de 1,22% na França; na Itália, o FTSE MIB sobe 0,33%; enquanto o FTSE 100 tem valorização de 1,68% no Reino Unido.
(Com Reuters)