A inflação no Brasil foi um pouco mais fraca do que o esperado em novembro e levou a taxa em 12 meses a ficar abaixo do teto da meta, consolidando o cenário de acomodação da inflação em patamares mais baixos antes da última decisão de política monetária do ano pelo Banco Central.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,28% em novembro, um pouco acima da taxa de 0,24% do mês anterior, mas abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de 0,30%.
-
Siga o canal da Forbes e de Forbes Money no WhatsApp e receba as principais notícias sobre negócios, carreira, tecnologia e estilo de vida
O resultado divulgado nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) levou o IPCA a acumular nos 12 meses até novembro alta de 4,68%, contra 4,82% no mês anterior e expectativa de 4,70%.
O resultado deixa o IPCA no caminho certo para terminar 2024 abaixo ou bem perto do teto da meta para este ano, cujo centro é de 3,25% com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
Os dados foram divulgados no mesmo dia em que o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC inicia sua última reunião do ano, com ampla expectativa de novo corte de 0,5 ponto percentual na Selic, o que levará a taxa básica de juros a 11,75%.
Diante do arrefecimento da inflação no Brasil e no mundo, o foco agora se volta para a continuidade dos cortes da Selic e possivelmente uma intensificação do ritmo em 2024.
De acordo com o IBGE, o resultado do IPCA de novembro foi influenciado principalmente pela alta de 0,63% do grupo Alimentação e bebidas, marcando a maior variação e o maior impacto, acelerando ante 0,31% em outubro.
“As temperaturas mais altas e o maior volume de chuvas em diversas regiões do país são fatores que influenciam a colheita de alimentos, principalmente os mais sensíveis ao clima, como é o caso dos tubérculos, dos legumes e das hortaliças” explicou o gerente da pesquisa, André Almeida.
Em novembro as altas da cebola (26,59%), da batata-inglesa (8,83%), do arroz (3,63%) e das carnes (1,37%) pressionaram a variação de 0,75% do subgrupo alimentação no domicílio.
Outro destaque no mês foi o avanço de 0,48% nos custos de Habitação, depois de taxa positiva de 0,02% em outubro, diante de diversos reajustes aplicados por concessionárias de serviços públicos, segundo o IBGE.
Já a alta de 0,27% em Transportes foi influenciada por novo aumento nos preços da passagem aérea, de 19,12%, subitem com a maior contribuição individual no IPCA do mês. No entanto a taxa mostrou desaceleração ante a alta de 0,35% de outubro, uma vez que os preços dos combustíveis caíram 1,58%, com reduções nos preços de gasolina (-1,69%) e etanol (-1,86%).
A inflação de serviços, que o BC segue acompanhando de perto diante de um mercado de trabalho aquecido, acelerou em novembro a 0,70%, de 0,59% em outubro. No acumulado em 12 meses, o avanço é de 6,05%.
O índice de difusão, que mostra o espalhamento das variações de preços, caiu ligeiramente em novembro a 52%, de 53% em outubro.
Pesquisa Focus mais recente divulgada pelo Banco Central mostra que a expectativa do mercado é de que o IPCA encerre este ano com alta acumulada de 4,51%, indo a 3,93% em 2024.