A agência americana Moody’s rebaixou nesta terça-feira (5) a perspectiva da classificação de risco (“rating”) da China de estável para negativa. As justificativas foram a expectativa de um crescimento econômico menor no médio prazo. Os riscos de uma grande correção no vasto setor imobiliário do país também impactam. A decisão fez as ações mais negociadas de empresas chinesas caírem para o menor nível em quase cinco anos. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, fechou com queda de 1,9%. Nível mais baixo desde fevereiro de 2019.
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Investidores estrangeiros venderam a maior quantidade de ações em um mês e meio, enquanto aguardavam com cautela novos indicadores econômicos e reuniões de política monetária para obter mais pistas.
Rebaixamento
O rebaixamento reflete as evidências crescentes de que as autoridades terão de fornecer suporte financeiro aos governos locais e às empresas estatais, o que representa um amplo risco para a força fiscal, econômica e institucional da China, informou a Moody’s em comunicado.
“A mudança na perspectiva também reflete o aumento dos riscos relacionados ao crescimento econômico de médio prazo estrutural e persistentemente menor e à redução contínua do setor imobiliário”, disse a Moody’s.
Justificativas
O movimento da Moody’s foi a primeira mudança em sua visão da China desde 2017. A agência justificou a decisão por expectativas de desaceleração do crescimento e aumento da dívida pública. Embora tenha afirmado os ratings A1 de longo prazo da China nesta terça-feira.
A agência afirmou esperar que o crescimento anual do Produto Interno Bruto (PIB) do país desacelere para 4,0% em 2024 e 2025, e para uma média de 3,8% de 2026 a 2030.A mudança de perspectiva refletiu o aumento dos riscos relacionados ao crescimento econômico de médio prazo estrutural e persistentemente menor e à redução contínua do setor imobiliário, informou a Moody’s.
Visão do mercado
A maioria dos analistas disse acreditar que a economia chinesa deverá atingir a meta de crescimento anual do governo de cerca de 5% este ano, mas a atividade é altamente desigual.
A fraqueza do mercado refletiu totalmente os riscos na economia e a reação à mudança de perspectiva é exagerada, disse Xia Chun, economista-chefe da Forthright Holdings Co.
O Ministério das Finanças da China disse que ficou desapontado com o rebaixamento da Moody’s, afirmando que a economia manterá sua recuperação e tendência positiva. Acrescentou ainda que os riscos relacionados ao setor imobiliário e aos governos locais são controláveis.
A segunda maior economia do mundo tem lutado para garantir uma forte recuperação pós-Covid, uma vez que o aprofundamento da crise no mercado imobiliário, os riscos da dívida dos governos locais, o crescimento global lento e as tensões geopolíticas prejudicaram o ímpeto. Uma enxurrada de medidas de apoio se mostrou apenas modestamente benéfica, aumentando a pressão sobre as autoridades para que implementem mais estímulos.
Impacto na demais bolsas da Ásia
O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas nas bolsas de Xangai e Shenzhen, fechou com queda de 1,9%, fechando no nível mais baixo desde fevereiro de 2019, enquanto o índice de Xangai caiu 1,67%, atingindo o nível mais baixo em um ano. O índice Hang Seng, de Hong Kong, teve baixa de 1,91%.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 1,37%, a 32.775 pontos;
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 1,91%, a 16.327 pontos;
- Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 1,67%, a 2.972 pontos;
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 1,90%, a 3.394 pontos;
- Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 0,82%, a 2.494 pontos;
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,54%, a 17.328 pontos;
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,22%, a 3.077 pontos;
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 0,89%, a 7.061 pontos;