Aos 18 anos, Pedro Bartelle abriu sua primeira loja, um outlet da Reebok e, na sequência, lançou o SiteShoes, primeiro site de venda de calçados esportivos do Brasil, enquanto cursava a faculdade de administração. Aos 22, entrou para o time da Vulcabras e, antes dos 40, já era CEO da empresa. Bartelle foi um dos dez eleitos como melhores CEOs de 2023 pela Forbes.
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Sua carreira, no entanto, começou em uma área bem diferente, aos 13 anos, quando ele ingressou no automobilismo profissional. Logo sagrou-se campeão brasileiro duas vezes, na Fórmula Chevrolet e na Fórmula 3. “O automobilismo me ensinou a lidar com a pressão em momentos difíceis”, diz. A vivência no esporte preparou-o para as duas reestruturações e o re-IPO de que participou como CEO da Vulcabras.
“Por ser um esporte difícil, perigoso e muito competitivo, foi essencial nessas situações. Quem já passou por momentos desafiadores sabe da importância de manter a calma para exercitar a inteligência emocional e, assim, conseguir enfrentar e superar dificuldades com relativa tranquilidade.”
Apesar de ter assumido o comando da empresa em uma época de muitas mudanças, em 2015, hoje Bartelle chefia a maior gestora de marcas esportivas do país – responsável por Olympikus (100% brasileira), Mizuno e Under Armour –, que cresce há 12 trimestres seguidos acima de dois dígitos e que teve em 2022 o melhor ano de sua história, com faturamento de R$ 3,1 bilhões, avanço de 17% em comparação com o mesmo período anterior.
A Vulcabras também tem se destacado no que diz respeito ao impacto social e ambiental positivo, com 100% dos calçados produzidos com energia eólica e 100% dos efluentes tratados nas fábricas. Além disso, seu programa Jovem Aprendiz, em parceria com o Senai, já formou mais de 780 jovens, dos quais 98% tiveram a oportunidade de um primeiro emprego. “Nossa visão de futuro já está no presente”, afirma.
Veja quem são os melhores CEOs do Brasil em 2023:
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KEINY ANDRADE/DIVULGAÇÃO Alberto Griselli, CEO da Tim Brasil
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CLÁUDIO GATTI/DIVULGAÇÃO Bruno Ferrari, CEO da Oncoclínicas
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VICTOR AFFARO Carla Fonseca, CEO da Smiles
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VICTOR AFFARO Isabella Wanderley, CEO da Novo Nordisk
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RAPHAEL BRIEST Marcello Guidotti, CEO da EcoRodovias
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MARCUS STEIMEYER Milton Maluhy, CEO do Itaú
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RAUL KREBS Pedro Bartelle, CEO da Vulcabras
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VICTOR AFFARO Ricardo Mussa, CEO da Raízen
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MARCUS STEIMEYER Tarciana Medeiros, CEO do Banco do Brasil
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VICTOR AFFARO Tereza Santos, CEO da Sympla
Alberto Griselli, CEO da Tim Brasil
Entre as lições aprendidas no cargo, na faculdade, no esporte e também com a família – seu pai e seu tio fundaram o grupo Grendene, detentor de marcas como Ipanema e Rider –, Bartelle destaca a importância de separar trabalho e lazer. “A falta de equilíbrio entre vida pessoal e profissional pode causar danos aos dois lados. Aprendi que, se a vida pessoal estiver desorganizada, a corporativa tende a refletir essa desorganização”, diz o executivo, que procura não “contaminar a mente” nos momentos de descanso. Nestes, gosta de “estar em conexão com o mar, acompanhar de perto a Fórmula 1 e pescar, sempre que possível”.
Embora não acredite em fórmulas para o sucesso, divide alguns conselhos valiosos: “Saiba escutar. Às vezes, a solução está em pessoas que você não imagina e espera. Tenha em seu time pessoas que tenham vontade de fazer e aprender. Dedicação supera qualquer qualificação. E, se você tem muitas coisas para fazer, faça uma por vez, bem-feita”.
Reportagem publicada na edição 112 da Forbes Brasil, em setembro de 2023.