O presidente-executivo o Bradesco, Marcelo Noronha, afirmou nesta segunda-feira que enxerga janela para ofertas inicias de ações (IPO, na sigla em inglês) no Brasil em 2024, citando a queda dos juros nos Estados Unidos e enxergando um crescimento “mais parrudo” da economia brasileira.
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“Isso favorece diretamente o mercado de capitais”, afirmou o executivo a jornalistas mais cedo, quando prometeu para o começo do próximo ano, possivelmente fevereiro, divulgar os planos da nova gestão do segundo maior banco privado do país.
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Noronha assumiu o comando do Bradesco no final de novembro, substituindo Octavio de Lazari Jr.
Questionando sobre os planos do banco com a troca de CEO, o presidente do conselho de administração do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, afirmou que Noronha traz um novo olhar e que o executivo possui uma liderança reconhecida para comandar o processo de transformação do banco.
Trabuco esclareceu que o Bradesco continua sendo o mesmo grupo, mas ressaltou que o fato de ter uma cultura não significa que tem uma “âncora estática”, também sem detalhar sobre qual será o foco do grupo sobe a direção de Noronha.
Para a economia brasileira, o CEO adotou um tom positivo, acrescentando que o primeiro trimestre deve ser o mais fraco do próximo ano, que o PIB deve encerrar o ano com expansão em torno de 2%, após um crescimento de cerca de 3% em 2023, com os últimos três meses de 2024 sendo os mais relevantes.
“Isso empurra um crescimento importante para 2025”, afirmou.
Noronha ponderou que o Brasil tem desafios em 2024, mas ainda assim deve apresentar um crescimento em torno de 6% da massa salarial, assim como as grandes empresas de capital aberto devem reduzir alavancagem e mostrar expansão dos lucros.
O executivo ressaltou que a questão fiscal é uma variável relevante, principalmente para a política monetária, mas não é algo que esteja preocupando em termos de crescimento do PIB. O Brasil “está em um bom caminho para ter um crescimento mais parrudo e ter um cenário geral mais positivo em 2024”, afirmou.
Tanto o CEO como o chairman do Bradesco elogiaram o avanço da reforma tributária, com Trabuco destacando que foi um “ganho” para país, enquanto Noronha afirmou que o tema deve continuar ocupando a agenda política do país no próximo ano. “Não é algo trivial”, disse o executivo.
AMERICANAS
O CEO do Bradesco, um dos principais credores da Americanas, também afirmou que o plano de recuperação judicial da varejista, que será votado na terça-feira, deve ser aprovado, o que é positivo. Mas ele ressaltou que há outras etapas para a empresa, o que dificulta fazer um prognóstico sobre a companhia.
Trabuco acrescentou que o Bradesco torce para que a Americanas volte à normalidade. Os executivos também afirmaram que o banco não teve problemas com outras varejistas com quem o Bradesco tem relacionamento uma vez que passará a deter uma participação na Americanas em razão da reestruturação.
O plano inclui aumento de capital de 12 bilhões de reais pelos acionistas de referência Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles e outros 12 bilhões pelos próprios credores, mediante conversão de dívidas em ações.
Mais cedo nesta segunda-feira, a companhia informou que conseguiu apoio suficiente para aprovar seu plano de recuperação judicial, do ponto de vista do volume da dívida envolvida.