O Ibovespa fechou em queda de 1,11% nesta terça-feira (2), cotado a 132.696 pontos, após um pregão marcado por pressão no cenário internacional, com previsões de desaceleração econômica nos Estados Unidos e na China.
A queda no pregão brasileiro ocorre após o Ibovespa fechar 2023 com uma alta de 22,3% — o melhor desempenho anual desde 2019 — e tem como pano de fundo o avanço dos rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos.
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Por aqui, poucos papéis conseguiram se manter no campo positivo. Entre eles estão os ativos da Petrobras (PETR3/PETR4), que surfam em um dia de vai e vem para o petróleo. A maior alta do dia ficou com as ações da CSN Mineração (CMIN3), que avançaram 1,51% nas negociações de hoje.
As empresas aéreas Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4) tiveram um pregão bastante negativo, com os papéis atingindo quedas de 7,93% e 6,47%, respectivamente.
A indústria brasileira encerrou 2023 com queda nas vendas e aumento das pressões sobre os custos, aprofundando a retração em dezembro, apontou a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês).
Dados divulgados nesta terça-feira pela S&P Global mostram que o PMI do setor industrial brasileiro caiu a 48,4 em dezembro, de 49,4 em novembro, indo ainda mais abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração.
Foi o quarto mês seguido em território contracionista, com a taxa mais baixa desde julho, uma vez que a retração no volume de novos pedidos ganhou ritmo e provocou outra redução na produção.
Ao mesmo tempo, a Fitch Ratings apontou uma perspectiva neutra para o setor bancário brasileiro em 2024, citando progresso na redução de exposições a ativos de risco em contrapartida à quantidade maior de créditos em atraso.
“O aumento da quantidade de créditos em atraso deve ser contrabalançado pelo significativo progresso na redução do risco de balanços e no maior conservadorismo de subscrição nos últimos 18 meses”, afirmou a agência de classificação de risco em relatório.
A Fitch acredita que o índice de créditos em atraso do setor será de 8,4% em 2023, “um ponto de partida confortável para 2024”.
Nos Estados Unidos, as ações da Apple atingiram uma mínima em sete semanas e fecharam em queda de mais de 3,5%, após o Barclays cortar a recomendação dos papéis da empresa mais valiosa do mundo, citando preocupações de que a demanda por seus dispositivos, desde o iPhone até o Mac, permaneça fraca em 2024.
O Barclays é a segunda casa a atribuir uma classificação equivalente a “venda” para a ação, que agora possui o seu maior número de recomendações pessimistas em pelo menos dois anos, de acordo com dados da LSEG.
As ações representam uma robusta fatia de 7% do peso de mercado do S&P 500, que também recuou nesta terça-feira. A Apple subiu quase 50% em 2023, atingindo uma alta recorde em meados de dezembro, em um ano em que as Big Tech lideraram os mercados.