Após um longo e, vale dizer, tenebroso inverno, as criptomoedas voltam a apresentar boas perspectivas de valorização. Alguns especialistas até se arriscam a prever uma primavera das criptos. Há três bons motivos para isso. O primeiro é macroeconômico. O Federal Reserve (Fed), o banco central americano, deverá começar a reduzir os juros nos Estados UNidos em 2024. Isso vai ampliar a quantidade de recursos disponíveis e o apetite dos investidores para alternativas mais arriscadas, incluindo as criptomoedas.
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O segundo motivo é regulamentar. Após vários meses protelando, a Securities and Exchange Commission (SEC), autarquia americana equivalente à Comissão de Valores Mobiliários, aprovou, na quarta-feira (10) os pedidos de 11 gestoras de recursos para lançar Exchange Traded Funds (ETF) de bitcoin no mercado à vista.
Agora, os investidores de varejo dos Estados Unidos poderão comprar diretamente bitcoins, e não mais ter de investir nessas moedas por meio de derivativos emitidos pelos bancos. A projeção de algumas instituições financeiras é que isso poderá trazer US$ 55 bilhões para o mercado de criptomoedas ao longo dos próximos três anos. O que começou com o bitcoin deve se espalhar para o ethereum (ETH) e outras moedas mais alternativas.
E o terceiro motivo é tecnológico. Em algum momento no início de 2024 ocorrerá o chamado “halving”. Criado em 2009, o bitcoin recompensa seus mineradores a taxas decrescentes. Cada vez que são minerados 210 mil bitcoins, a recompensa cai à metade. Em inglês “half”, dai o termo “halving”. As cotações tendem a subir quando isso acontece, uma vez que a queda na recompensa deve diminuir a oferta de bitcoins.
Assim, as perspectivas são positivas. A exchange Mercado Bitcoin informou esperar “ver uma combinação de elementos positivos que raramente acontece nos mercados. No caso do bitcoin, teremos a soma de aumento na demanda, com os ETFs à vista e com queda na oferta por causa do halving”.
Como aproveitar essa primavera? Forbes perguntou a especialistas quais as moedas mais promissoras. Fernando Pereira, analista da Bitget, separou 5 projetos cripto para se acompanhar no novo ano.
AAVE
O mais famoso “banco descentralizado” do mundo tem tudo para bombar em 2024. A AAVE é um protocolo de finanças descentralizadas que funciona dentro da rede da ethereum e permite que os usuários façam empréstimos uns aos outros, sem o uso de um intermediário.
Ripple (XRP)
Apesar de ser odiada por grande parte dos usuários, a Ripple pode ser usada como uma frequência nunca antes vista em 2024. A Ripple é uma solução de pagamentos muito utilizada por bancos e grandes empresas, e com a adoção as criptomoedas por parte dessas instituições, a Ripple pode ganhar muito valor de mercado.
Bitget (BGB)
O token nativo da corretora que mais cresceu em 2023 ainda é extremamente desvalorizado e tem um futuro promissor pela frente. Com uma capitalização de mercado de menos de US$ 1 bilhão – a BNB por exemplo, sua principal concorrente, tem mais de US$ 50 bilhões.
Solana (SOL)
Após ser a blockchain escolhida pelas gigantes Visa e Shopify, as buscas por Solana no Google dispararam 250% junto com a valorização do token SOL. A Solana é hoje a principal concorrente da Ethereum. Apesar de ter sido hackeada, ela cresceu muito em 2023 e promete crescer ainda mais em 2024.
Chainlink (LINK)
O “oráculo”, como é chamada a rede da Chainlink, é uma rede que liga informações do mundo real as blockchains, facilitando o uso de smart contracts por empresas. Esse tipo de solução cresce junto com o mercado e é uma ótima aposta para o próximo ciclo de alta.
Projetos menores
O analista Vinicius Bazan recomendou cinco “smart caps”. “Nesse caso, o retorno potencial é mais elevado, mas o risco também é. Logo, não deve ser encarado como uma recomendação de investimento sem uma análise mais completa. Deve ser tratado como uma aposta para 2024”, diz.
Games: Echelon Prime (PRIME)
O segmento de games deve voltar com tudo em 2024 e, para capturar bons retornos, devemos nos posicionar em projetos com produto acima da média, funding e roadmap interessante para os próximos anos. PRIME é o token de um projeto de gaming para o qual vejo grande potencial no próximo ano
BRC-20: Multibit (MUBI)
A narrativa de tokens no Bitcoin deve continuar forte. Além de servir como base de infraestrutura para tokens BRC-20, Multibit foca em oferecer interoperabilidade entre diferentes redes
DePIN: Akash (AKT)
O termo “web 3.0” amadureceu e foi dividido em diferentes segmentos. Entre eles, está DePIN (decentralized physical infrastructure networks). Gosto muito dos projetos ligados a computação decentralizada, como é o caso de Akash. Ele se conecta com a temática de IA e deve seguir surfando a onda dessa narrativa em 2024.
L2: zkSync
Embora ainda não tenha token, este é um dos projetos mais promissores para 2024. As Layer 2 do Ethereum ganharam mais tração em 2023, mas não tiveram seu grande momento de brilhar, ainda. Apesar da alta no fim do ano, ainda foram ofuscadas pelas Layer 1 concorrentes do Ethereum, como Solana e Avalanche. Para mim, as L2 ainda devem crescer muito, principalmente após o “Dencun” upgrade no Ethereum. A zkSync, além de ser um projeto que vem crescendo em termos de transações e TVL, é focada no uso da tecnologia zero knowledge, que é uma grande tendência para o futuro e o lançamento do token em 2024 deve trazer grande atenção para o projeto (além da possibilidade de um airdrop).