As ações chinesas saíram de mínimas de vários anos nesta terça-feira (23) após notícia de promessa do gabinete que sinalizou suporte aos mercados acionários do país, embora o clima esteja frágil.
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O índice de Xangai atingiu mínima de quatro anos no início do pregão, mas fechou com alta de 0,53%, enquanto o CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, teve alta de 0,4%. O índice Hang Seng, de Hong Kong, subiu 2,63%.
Todos os três índices tiveram um desempenho fraco em janeiro e têm ficado atrás das ações mundiais por vários anos, já que os investidores perderam a paciência com o desempenho abaixo do esperado da economia chinesa após a pandemia e com a falta de estímulos de grande porte observados em recessões anteriores.
O índice CSI 300 da China caiu 47% desde seu pico em fevereiro de 2021, e o HSI afundou 49%.
O gabinete da China disse na segunda-feira que tomará medidas enérgicas e eficazes para estabilizar a confiança do mercado. A Bloomberg News, citando fontes não identificadas, disse que as autoridades estavam tentando mobilizar cerca de 2 trilhões de iuanes (US$ 279 bilhões) para financiar a compra de ações por meio de um link da bolsa de valores China – Hong Kong.
A reação dos operadores foi calorosa, mas sem muita convicção.
O suposto pacote de resgate “é uma medida bem-vinda e mostra uma capacidade de resposta cada vez maior, mas, com menos de 2% do PIB, tememos que isso ainda seja inadequado”, disse Aninda Mitra, chefe de macroeconomia e estratégia de investimento na Ásia do BNY Mellon Investment Management.
A Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China não respondeu a um pedido de comentário da Reuters, e os analistas também hesitaram em se animar.
“Duvidamos que o tamanho seja preciso ou que o governo seja decisivo o suficiente para mobilizar uma quantia tão grande por enquanto”, disseram os analistas do Bank of America Securities em uma nota aos clientes.
Minério de ferro
Os contratos futuros de minério de ferro subiram nesta terça-feira (23), atingindo o nível mais alto em mais de uma semana, com o aumento da confiança dos investidores depois que os formuladores de políticas da China, principal mercado consumidor do minério, prometeram estabilizar seu mercado.
O contrato de maio do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com alta de 1,42%, a 965,5 iuanes (US$ 134,70) a tonelada, o nível mais alto desde 12 de janeiro.
O minério de ferro de referência para fevereiro, na Bolsa de Cingapura, subia 2,01%, a US$ 131,55 a tonelada, também o maior valor desde 12 de janeiro.
A China tomará medidas mais enérgicas e eficazes para apoiar a confiança do mercado, informou a mídia estatal CCTV na segunda-feira (22), citando uma reunião do gabinete, após uma queda no mercado acionário chinês.
Enquanto isso, os principais bancos estatais da China tomaram medidas na segunda-feira para reforçar o iuan e evitar que ele caia muito rapidamente, informou a Reuters.
Essa medida foi tomada depois que Pequim manteve inalteradas as taxas de empréstimo de referência em sua fixação mensal na segunda-feira (22), após a decisão da semana passada de manter estável sua taxa de empréstimo de médio prazo, refletindo o espaço limitado de Pequim para flexibilização monetária em meio à pressão sobre o iuan.
Pequim estabeleceu uma meta de crescimento de cerca de 5% para 2024, superando a meta do ano passado de mais de 4,5%, apesar das expectativas de crescimento mais lento para a economia.
“Muitas siderúrgicas já concluíram a onda de compra de minério de ferro para atender às necessidades de produção durante o feriado do Ano Novo Lunar, enquanto algumas siderúrgicas de pequena escala podem precisar retornar ao mercado portuário para compras esporádicas nas próximas semanas”, disse Yu Chen, analista da Mysteel, com sede em Xangai.
Banco Central do Japão
O Banco do Japão manteve a política monetária ultrafrouxa nesta terça-feira (23) mas sinalizou uma convicção crescente de que as condições para a eliminação gradual de seu enorme estímulo estão se encaixando, sugerindo que o fim das taxas de juros negativas está próximo.
O presidente do banco central japonês, Kazuo Ueda, não deu pistas sobre se o banco poderia retirar as taxas de juros de curto prazo do território negativo em suas próximas reuniões, em março ou abril, como muitos economistas esperam.
Mas disse que a probabilidade de o Japão atingir de forma sustentável a meta de inflação de 2% do banco está aumentando gradualmente, apontando para os recentes aumentos constantes nos preços dos serviços.
“As perspectivas de salários mais altos estão afetando gradualmente os preços de venda, o que está levando a um aumento gradual nos preços dos serviços”, disse Ueda em uma coletiva de imprensa após a decisão amplamente esperada do Banco do Japão de manter as taxas de juros ultrabaixas.
“Se obtivermos mais evidências de que um ciclo positivo de salários e inflação se intensificará, examinaremos a viabilidade de continuar com as várias medidas que estamos tomando em nosso programa de estímulo maciço”, disse ele.
As declarações contrastam com as que foram feitas no mês passado, quando ele disse que havia incerteza elevada sobre se um ciclo positivo de aumento dos salários e inflação aconteceria.
As mensagens mais duras do banco central provocaram uma recuperação no iene e elevaram os rendimentos dos títulos de curto prazo do Japão para uma máxima de um mês, conforme os investidores precificavam o aumento das chances de um fim das taxas negativas em março ou abril.
“As declarações de Ueda elevam minha convicção de que o Banco do Japão vai encerrar as taxas negativa em abril”, disse Mari Iwashita, economista-chefe de mercado da Daiwa Securities.
“Ele sugeriu que o banco central não precisa esperar muito para avaliar o cenário de salários deste ano. Além disso, não fala mais sobre o perigo de uma saída prematura”, disse ela.
Na reunião de dois dias que terminou nesta terça-feira (23), o Banco do Japão deixou inalterada sua meta para a taxa de curto prazo em -0,1% e a meta para o rendimento dos títulos de 10 anos em torno de 0%, segundo o controle da curva de rendimento. O banco central tem mantido taxas de juros negativas desde 2016.
Em seu relatório trimestral, o banco central deixou inalterada sua previsão de que um índice que mede a tendência da inflação atingirá 1,9% em 2024 e 2025, ressaltando a visão das autoridades de que a economia está no caminho certo para atingir de forma sustentável uma inflação de 2%.
A reunião do banco central antecede a do Banco Central Europeu, na quinta-feira (25), e a do Federal Reserve, na próxima semana, Ambos apertaram agressivamente a política monetária no ano passado e agora estão considerando a possibilidade de cortar as taxas de juros.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 0,08%, a 36.517 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 2,63%, a 15.353 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 0,53%, a 2.770 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 0,40%, a 3.231 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 0,58%, a 2.478 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou alta de 0,33%, a 17.874 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,44%, a 3.135 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 0,51%, a 7.514 pontos.