A Vale registrou lucro líquido de US$ 2,42 bilhões no quarto trimestre, queda de 35% versus o mesmo período de 2022, com impactos de alta na provisão referente ao rompimento de barragem da Samarco e por um aumento no lucro tributável.
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Em seu relatório financeiro trimestral publicado nesta quinta-feira (22), a empresa elevou em US$ 1,2 bilhão a provisão de recursos relacionada à Fundação Renova, criada para gerir as compensações e reparações pelo rompimento de barragem da Samarco – joint venture da Vale com o grupo BHP -, em Mariana (MG), em novembro de 2015.
O resultado veio abaixo do esperado por analistas, que previam um lucro líquido de US$ 4,15 bilhões em média, conforme dados da LSEG.
Uma das maiores produtoras globais de minério de ferro, a empresa reportou um lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda) ajustado das operações continuadas de US$ 6,33 bilhões entre outubro e dezembro, alta de 37% ante o mesmo período de 2022.
O recuo do lucro líquido do quarto trimestre ocorreu apesar de maiores preços realizados de minério de ferro e maiores volumes de vendas de cobre, segundo dados da empresa.
O preço realizado de finos de minério de ferro no quarto trimestre cresceu para US$ 118,3/tonelada, ante US$ 95,60 no mesmo período do ano anterior.
A receita líquida de vendas da companhia no quarto trimestre, por sua vez, foi de US$ 13,05 bilhões, alta de 9,3% versus o mesmo período de 2022.
A empresa havia reportado em janeiro um recuo de 4,1% nas vendas de finos de minério de ferro no quarto trimestre ante o mesmo período de 2022, enquanto a produção da commodity da companhia avançou 10,6% na mesma comparação.
Os investimentos da Vale no quarto trimestre somaram US$ 2,1 bilhões no quarto trimestre, alta de US$ 331 milhões na comparação anual, principalmente como resultado dos maiores aportes nos projetos de Soluções de Minério de Ferro, especialmente Capanema e Estrada de Ferro Carajás, e para melhorar operações de mina de Metais para Transição Energética.
No ano, o lucro da mineradora somou US$ 7,98 bilhões, queda de 52,3% na comparação com 2022.
O presidente-executivo da Vale, Eduardo Bartolomeo, afirmou em nota que 2023 foi um ano marcante, com avanço de uma transformação cultural na empresa voltada para a segurança e progresso em direção à excelência operacional.
“Continuamos focados em uma alocação de capital disciplinada, retornando valor aos nossos acionistas de forma consistente. Cumprimos o que prometemos e estou entusiasmado que a Vale está avançando em direção a níveis de desempenho ainda melhores”, afirmou.
Diante do resultado, o Conselho de Administração da Vale aprovou nesta quinta-feira (22) a distribuição de dividendos de cerca de R$ 2,74 por ação, apurados conforme o balanço de 31 de dezembro.
O preço realizado de finos de minério de ferro em 2023 foi de US$ 108,10 por tonelada, estável ante o ano anterior.
A dívida líquida expandida da empresa somou US$ 16,2 bilhões em 31 de dezembro, US$ 670 milhões acima do fim do trimestre anterior, principalmente devido ao incremento da provisão pelo rompimento em Mariana e a um potencial acordo global.
A meta de dívida líquida expandida da Vale, segundo a companhia, continua a ser de US$ 10 bilhões a US$ 20 bilhões.