Os desafios de todo tipo enfrentados pelo Brasil chamam a atenção do mundo, gerando comoção entre várias personalidades. A Brazil Foundation, com sede em Nova York e um escritório no Rio de Janeiro, foi criada em 2000 por Leona Forman, após se aposentar de suas atividades na ONU (Organização das Nações Unidas). Na época, com apoio de figuras ilustres, entre elas a antropóloga e pesquisadora Ruth Cardoso (também ex-primeira dama e que faleceu em 2008), Forman fundou a instituição com o objetivo de servir como ponte entre doadores nos EUA e ações afirmativas no Brasil.
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Não demorou muito para atrair a atenção de famosos, interessados em fazer doações ao país. A modelo Gisele Bündchen é um exemplo: criou o Fundo Luz Alliance para captar recursos e apoiar iniciativas de preservação e recuperação de rios, mata ciliares e aquíferos. A Brazil Foundation auxiliou Bündchen na aplicação dos recursos, buscando as iniciativas que atendiam aos requisitos da instituição e eram de fato efetivas.
Famosos do mundo da música e dos esportes também estão alinhados com a Brazil Foundation. “Selena Gomez, a cantora, está trabalhando com a gente, especialmente em projetos para mulheres de comunidades carentes na área de saúde mental. Eu acho ela uma maravilhosa, está super focada”, diz Rebecca Tavares, atual presidente e CEO da Brazil Foundation. “Também estamos conversando, por exemplo, com a equipe de Lewis Hamilton. Estamos com esperanças de trabalhar com ele.”
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Empresas como a rede de moda holandesa C&A, que no Brasil possui cerca de 300 lojas, e a rede social LinkedIn, da Microsoft, têm se apoiado na Brazil Foundation para firmar parcerias nas busca de ações que mereçam ser financiadas. “Eles financiam e nós fazemos a pesquisa, chamamos alguns projetos para apresentar propostas, analisamos essas propostas e visitamos essas entidades no campo. Aí fazemos uma apresentação para o financiador”, diz Tavares
Bilionários estadunidenses também olham para Brazil Foundation nos projetos de doações. O fundador do eBay, Pierre Omidyar, investe por meio de sua fundação, a Omidyar Group. MacKenzie Scott, a escritora e ex do também bilionário Jeff Bezzos, doou US$ 5 milhões (R$ 25 milhões na cotação atual).
“A filosofia (da MacKenzie Scott) foi oferecer esses recursos sem uma destinação específica (para além da caridade)”, diz Tavares. Os recursos permitiram a criação de fundos temáticos, com os Empreendedorismo Negro, Equidade de Gênero, Meio Ambiente e Mudanças Climáticas e Educação.
Com passagem por instituições como Fundação Ford e Accion Internacional, Tavares ajudou a incrementar a captação, controle e investimentos dos recursos. “Nós fomos para o conselho e apresentamos a proposta para aumentar o fundo patrimonial – acredito ter chegado a um aumento de 25%. Também ocorreram esses upgrades na tecnologia e planejamento estratégico”.
O upgrade tecnológico alterou o controle da instituição, saindo das planilhas para um software capaz de consolidar as informações entre a sede nos EUA e o escritório do Rio de Janeiro. “Nossa integração deu novas formas de controle tanto financeiro quanto dos problemas, o que torna muito mais viável para a gente poder prestar contas para os doadores”, diz Tavares.
Estratégias para doações e sensibilização
Anualmente, a Brazil Foundation realiza dois bailes de gala com o intuito de arrecadar fundos: um no Brasil e outro em Nova York. No ano passado, o evento foi sediado no hotel Rosewood, na capital Paulista.
Outra estratégia é a sensibilização do público dos EUA quanto às vantagens de se colocar doações em testamento. “Ao invés de pagar até 60% de imposto ao governo, pode-se pagar menos porque essa doação tem finalidade filantrópica e não entra no cálculo”, diz Tavares. Ela também apela ao legado filantrópico que as pessoas podem continuar exercendo após a morte, com a possibilidade de se designar onde, como e por quanto tempo serão feitas as doações. “Se quer criar um legado, ser lembrado como uma pessoa exemplar, um caminho é pela filantropia.”