Na manhã desta terça-feira (12), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou um IPCA de fevereiro de 0,83% acima da mediana das estimativas do mercado, que era de 0,78%. No acumulado em 12 meses até fevereiro, o IPCA mostrou uma inflação de 4,50%, rigorosamente no teto da meta e em linha com os 4,51% nos 12 meses até janeiro. O resultado também ficou acima da mediana das estimativas, que era de 4,44%.
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Segundo o IBGE, os preços do grupo de Educação tiveram o maior crescimento (4,98%) e o maior impacto no índice, representando 0,29 ponto percentual na inflação de fevereiro. Nesse segmento, a maior contribuição veio dos cursos regulares, cujos preços subiram 6,13%. As maiores altas nos preços vieram do ensino médio (8,51%), do ensino fundamental (8,24%), da pré-escola (8,05%) e da creche (6,03%).
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A inflação de fevereiro também foi pressionada pelo grupo Transportes, com alta de 0,72% e impacto de 0,15 ponto percentual no total do IPCA. Os preços das passagens áreas caíram 10,71%, mas os demais combustíveis tiveram alta, especialmente o etanol (4,52%) e a gasolina (2,93%).
Segundo Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, o resultado ficou levemente acima do esperado, mas “felizmente não tivemos desvios que superaram 2 pontos-base”, disse ele, referindo-se a centésimos de ponto percentual.
Além disso, afirma ele, houve boas notícias. “Destacamos que tivemos uma boa surpresa com serviços subjacentes que variaram apenas 0,42% ante os 0,58% estimados. Adicionalmente, a variação da média dos núcleos subiu apenas 0,49%, ante os 0,57% projetados por nós.” Sanchez avalia que o cenário é positivo, mas não o suficiente para alterar a condução da política monetária.
Segundo Beto Saadia, economista e diretor de investimentos da Nomos, apesar de acima do previsto, o IPCA não assusta. “Em uma leitura qualitativa a difusão foi menor (inflação menos dispersa). Os preços dos serviços subjacentes em queda também animam, pois esse item tem sido um desafio recente do Banco Central (BC)”, disse ele.
Saadia diz que a queda da inflação de alimentos pode trazer mais alívio à frente e uma indicação disso foi a deflação do IGP-DI em janeiro e fevereiro. “Por enquanto, a expectativa sobre a política monetária não deve ter mudança, com os próximos cortes em 0,50 ponto percentual”, afirma. “Esse era o receio do mercado e é uma questão de difícil trato, já que a alta da taxa de juros tem menos efeito na inflação causada por fatores climáticos.”