As small caps, ações de empresas de menor valor de mercado, tiveram um desempenho fraco em 2023. O índice Small Caps, que concentra esses papéis, teve uma alta de 17,1% no ano passado, antes uma valorização de 22,3% do Ibovespa. Isso afastou muitos investidores destes papéis. Porém, a perspectiva é de melhora diante da queda da taxa básica de juros (Selic), que pode vir a ficar abaixo dos dois dígitos já no começo do segundo semestre. Na avaliação do CEO da VG Research, Vicente Guimarães, o desempenho destas ações depende bastante do cenário macroeconômico, que já vem melhorando.
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Na quinta-feira (21), a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda divulgou expectativas de crescimento de 2,2% no Produto Interno Bruto (PIB) em 2024, acima dos cerca de 1,8% esperados pelo mercado, segundo as edições mais recentes do Relatório Focus.
E mesmo essa projeção pode estar subestimada. Ao divulgar os números, Guilherme Melo, o secretário de Política Econômica afirmou que essa projeção não inclui os resultados mais recentes das pesquisas mensais do Comércio e dos Serviços, divulgadas no início de março pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que vieram acima da mediana das expectativas.
Tudo isso beneficia as empresas de setores cíclicos (que ganham com o crescimento da economia) e que incluem a maioria das small caps. Com uma análise individual de cada empresa, levando em consideração suas particularidades e contexto específico, é possível obter uma rentabilidade bem acima da renda fixa e do próprio Ibovespa.
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Essa análise fez a carteira de small caps da VG render 30,86% no ano passado, quase o dobro da variação do índice setorial. A carteira é composta por sete ações de setores como varejo, saúde, tecnologia, locação de veículos, construção, saneamento e indústria automobilística.
Para este ano, entre as ações recomendadas em sua carteira, a VG destaca três: Hospital Mater Dei (MATD3), Unifique Telecomunicações (FIQE3) e Iochpe-Maxion (MYPK3). “Considerando a assimetria entre preço e valor, todas as empresas listadas em nossa carteira recomendada estão com potencial de valorização acima de 50%, com o setor de varejo liderando esse potencial, seguido pelo de saúde e tecnologia”, afirma Guimarães.
Quem pretender investir nessas ações deve estar ciente de que a valorização pode ser maior que a de papéis de grandes empresas (as “large caps”), e a volatilidade de preços também. “Devido ao tamanho menor, as flutuações nos preços das ações podem ser mais acentuadas em resposta a eventos do mercado, notícias ou mudanças nas condições econômicas”, diz Guimarães.
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Ele também adverte que a liquidez é menor, o que significa que pode ser mais difícil sair de uma posição sem ter de vender os papéis com prejuízo. Para mitigar os riscos, Guimarães dá algumas dicas sobre como escolher os papéis que devem compor a carteira.
- Diversificação: Espalhe seus investimentos por diferentes setores e empresas;
- Análise: Estude os fundamentos financeiros, modelo de negócios, concorrência e perspectivas de crescimento.
- Paciência: Esteja preparado para manter seus investimentos por períodos longos, tendo em vista a liquidez baixa e a volatilidade potencialmente alta;
- Pragmatismo: Algumas small caps podem estar sobrevalorizadas, por isso avalie realisticamente o potencial de crescimento em relação ao risco;
- Vigilância: Monitore regularmente o desempenho das ações e ajuste a carteira se necessário.