Sempre fui fã do filósofo Mário Sérgio Cortella. Mas quando entrevistei ele, aprendi a maior lição que eu poderia, sem ele nem me dizer nada… e sim, essa lição também é para você, não serve só para mim.
Desde os 14 anos eu estudo filosofia. Sei todas as palestras dele de cor, consumo todos os conteúdos dele que você puder imaginar, e ele, inclusive, foi uma das minhas inspirações para fazer minha pós-graduação em filosofia.
Em 2023, quando realizei meu sonho de entrevistar o Cortella, além da euforia e animação de estar ali conversando com um ídolo (sim, eu até chorei no início da entrevista), eu tive uma realização enorme.
Para mim, que já vinha estudando filosofia há uma década, fiz uma pós-graduação na área e sempre amei o assunto, era fácil entender o que ele queria dizer, absorver bem suas analogias, histórias e tudo que o conteúdo dele queria me contar. Na filosofia, cada história tem um grande ensinamento, mas ele quase nunca está explícito. É sempre uma reflexão e questionamento que você precisa de atenção e até um pouco de convívio com a filosofia para poder entender e captar.
Por um momento, enquanto ele falava comigo, eu parei e observei a maioria das pessoas que estavam ali em volta: a produção, o cara da gravação, as pessoas que estavam acompanhando ali a entrevista, e eu pude perceber que a grande maioria ali estava deslumbrada com o Cortella falando, mas não estavam entendendo a mensagem dele como eu.
E não, o problema não eram as pessoas que estavam ali. Muito menos a maneira que o professor Cortella fala, afinal, ele é incontestavelmente um dos maiores comunicadores dessa geração.
Porém, nessa nova geração da internet, na qual as pessoas escutam tudo no 2x e querem absorver um conteúdo de décadas de estudos em minutos (ou até segundos), é impossível acompanhar o raciocínio de um grande pensador como o Cortella, em sua totalidade.
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Foi nessa hora que eu tive uma grande realização na minha vida e na minha carreira.
Estamos bem perto do momento da passagem de bastão, de assumir a cadeira dos nossos ídolos e mentores.
Não que eles deixem de existir ou de transmitir seus vastos conhecimentos através de conteúdos, mas estamos próximos de assumir a posição que eles um dia ocuparam e ocupam para nós.
Um dia era eu ali assistindo, ouvindo e lendo tudo que ele falava, tentando aprender o pensamento, a vertente filosófica, a mensagem. Hoje, o mundo é outro. A internet mudou completamente nossos hábitos de estudos e de adquirir conhecimento.
Um dia foi Cortella que precisou traduzir Freud, Platão, Nietzsche e outros mestres pra pessoas como eu. Hoje, sou eu que preciso fazer isso, com uma comunicação diferente, para uma próxima geração.
Pode até soar como presunção minha, dizer que sou eu que vou ocupar uma dessas cadeiras? Acredito que não, porque sei do meu compromisso com o conhecimento e com a verdade. E, na verdade, eu enxergo isso como um enorme presente, uma incrível oportunidade de poder me posicionar e compartilhar com o novo mundo tudo que eu aprendi com essas pessoas ímpares.
E sabe por que isso é também pra você, uma grande lição?
Será que não é você o próximo grande comunicador da sua área?
Pense comigo, seja você um empreendedor, um profissional autônomo, prestador de serviços, colaborador CLT, você tem seus ídolos e adquiriu um conhecimento enorme com cada um deles. E você sabe se comunicar de um jeito diferente do que eles sabiam. O mundo precisa do que você sabe, da forma como você sabe, com a base que seus ídolos te forneceram, e suas considerações e reflexões próprias, para evoluírem mais rápido assim como você fez. Está fazendo sentido?
Eu acredito que, agora, essa responsabilidade está em nossas mãos, e eu assumo a responsabilidade de ocupar hoje e no futuro o lugar que meus ídolos ocuparam para mim. Com orgulho, animação (e um pouquinho de medo, rs).
Cortella, obrigado por mais esse ensinamento, e eu espero ter o privilégio da próxima geração poder aprender comigo tudo que aprendi com você. E que, um dia, alguém também chore de emoção ao me entrevistar.
Vejo vocês semana que vem, beijo!
Isabela Matte tem 24 anos, é empreendedora, mãe, escritora, mentora e influenciadora. Criou seu primeiro negócio aos 12 anos. Foi reconhecida no ranking Forbes Under 30 em 2018 e é pós graduada em Filosofia. Dentre suas iniciativas, é fundadora e CEO da Isabela Matte, do IMATIZE e autora do livro O Jovem Digital.
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