As ações da JBS subiam cerca de 7% na quarta-feira (15), depois que o maior processador de carnes do mundo divulgou fortes resultados no primeiro trimestre, apesar dos ventos contrários enfrentados por seu principal negócio, o de carne bovina nos EUA.
Os executivos da JBS disseram que continuam a ver uma disponibilidade reduzida de gado nos EUA e uma demanda limitada pelos preços mais altos da carne bovina em seu maior mercado.
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Ao mesmo tempo, a empresa está otimista quanto às perspectivas de seu negócio de exportação de carne de frango, uma vez que a demanda está se aquecendo globalmente e os preços dos grãos diminuíram.
No entanto, a divisão de carne de porco da empresa nos EUA está se beneficiando de uma mudança na demanda do consumidor, que está preferindo a proteína suína em vez da carne bovina, disse a empresa.
No Brasil, uma combinação de processos de fabricação mais enxutos e preços mais baixos de ração reforçou a divisão de alimentos processados, a Seara.
A JBS reportou na terça-feira lucro líquido de R$ 1,646 bilhão no primeiro trimestre, revertendo prejuízo de R$ 1,45 bilhão registrado no mesmo período do ano passado. “A diversificação da JBS está agora cumprindo seu papel”, disseram os analistas do BTG em uma nota aos clientes, referindo-se ao fato de que a empresa possui fábricas em vários países e vende diferentes tipos de proteína.
O BTG disse acreditar que a Pilgrim’s Pride, o negócio de carne suína da JBS nos EUA e as operações australianas “devem ser todos beneficiários diretos da desaceleração do ciclo do gado nos EUA”, acrescentando que as operações brasileiras também estão se beneficiando de fundamentos cíclicos mais fortes.
O BTG disse que a JBS oferece o “melhor risco-retorno do setor” e tem uma recomendação de “compra” para a ação.
Dirigindo-se aos analistas, o CFO da JBS, Guilherme Cavalcanti, disse que a empresa está se desalavancando mais rapidamente do que havia previsto.
Ele reiterou que, se a empresa reportar margens de 7,5% para 2024, é possível que sua relação dívida líquida/Ebitda caia para 2,5 vezes, dos atuais 3,7 vezes, até o final do ano.
A redução da alavancagem no ritmo atual permite que a JBS considere o pagamento de dividendos e avalie oportunidades de aquisição, disse Cavalcanti em resposta a uma pergunta sobre opções para alocação de capital.
A prioridade, no entanto, é manter o status de grau de investimento da JBS, observou Cavalcanti.