Em uma votação apertada na quarta-feira (8), o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a taxa Selic em 0,25 ponto percentual para 10,50% ao ano. A desaceleração na queda dos juros, após seis cortes consecutivos de 0,50 ponto percentual já era esperada pelo mercado. Como isso afeta seus investimentos?
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A taxa Selic baliza o custo das transações financeiras entre os bancos, e serve como um parâmetro para os juros privados, medidos pelo CDI. Por isso, uma desaceleração na queda da Selic afeta a rentabilidade dos investimentos.
A variação afeta principalmente as aplicações indexadas à Selic, que passam a ser menos rentáveis.
Segundo Nayra Sombra, planejadora sócia da empresa de investimentos, HCI Invest e planejadora financeira CFP pela Planeja, a nova Selic deve reduzir a rentabilidade das aplicações. Em um cálculo realizado para a Forbes, ela concluiu que R$ 10 mil aplicados no Tesouro Selic por um ano vão render R$ 871,12 líquidos, já descontando o Imposto de Renda. Antes da alteração, o rendimento seria de R$ 892,85.
No caso de um CDB que renda 100% dos juros de mercado medidos pelo CDI, a mesma aplicação de R$ 10 mil por três anos, considerando-se uma alíquota de imposto de 15%, renderia R$ 2.945,92 no período, ante R$ 3.027,93 antes da alteração.
A diferença pode parecer pequena à primeira vista. Porém, no longo prazo, mesmo pequenas quantias tornam-se valores significativos.
Segundo Arley Junior, estrategista de Investimentos do Santander Brasil, o momento requer uma carteira equilibrada, ou seja, sem excessos de riscos ou concentrações de produtos conservadores. A renda fixa continua no topo das indicações. “Nossa preferência é pelos títulos de crédito privado, que ainda estão sendo negociados com níveis de preços interessantes.
Este investimento possui opções isentas de Imposto de Renda para pessoa física. Os produtos desta classe ainda corrigem a variação da inflação, o que ajuda a proteger uma parte da carteira contra o aumento de preços, acrescenta”, afirma Junior.