O volume de serviços no Brasil voltou a crescer em abril, superando expectativas, em meio a condições favoráveis para o consumo no país, com o desempenho da atividade de transporte em destaque.
Em abril, o setor de serviços registrou expansão do volume de 0,5% na comparação com o mês anterior, resultado melhor do que a expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,2%.
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Foi o segundo avanço mensal seguido, depois de alta de 0,7% em março, acumulando ganho de 1,2% no período.
Os dados divulgados nesta quarta-feira (12) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostraram ainda expansão de 5,6% em abril em relação ao mesmo mês do ano anterior, contra expectativa de 4,0%.
Assim, o setor de serviços está 12,9% acima do nível pré-pandemia, de fevereiro de 2020, e 0,7% abaixo do ponto mais alto da série histórica, em dezembro de 2022.
A atividade econômica brasileira vem sendo favorecida por um mercado de trabalho forte, aumento da renda e inflação sob controle, o que ajuda a impulsionar o consumo de serviços tanto pelas famílias quanto por empresas.
Ao mesmo tempo, o Banco Central vem mostrando preocupação com a inflação de serviços, em meio ao ciclo de afrouxamento monetário que levou a taxa básica de juros Selic ao atual nível de 10,5%.
“As variáveis econômicas como juros, emprego, renda, crédito e inadimplência são fatores que impulsionam a dinâmica do setor de serviços, embora alguns setores não dependam de variáveis macro diretamente”, afirmou Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa.
Ele explicou ainda que as coletas para a pesquisa no Rio Grande do Sul foram afetadas por conta das enchentes que devastaram o Estado, mas que o impacto da tragédia deve começar a aparecer em maio, já que as chuvas começaram no fim de abril.
“Os serviços começaram o segundo trimestre com um bom ritmo de crescimento. Porém, em maio a receita de serviços deve sofrer o impacto das enchentes no Rio Grande do Sul. Atividades como transportes e serviços prestados às famílias devem ser as mais afetadas”, disse o Bradesco em nota.
Os dados do IBGE mostram que em abril três das cinco atividades pesquisadas apontaram crescimento no volume, com destaque para a alta de 1,7% em transportes.
“A maior influência (no resultado geral) foi de transportes aéreos, efeito da queda dos preços das passagens aéreas em abril”, explicou Lobo, sobre a alta de 18,2% desse segmento. “O transporte rodoviário municipal de passageiros foi o terceiro impacto, e logística de cargas ficou em quarto.”
Outros serviços também apresentaram expansão, de 0,5%, impulsionados pelas atividades de serviços financeiros e auxiliares, responsáveis pela segunda maior influência positiva em toda a pesquisa.
A terceira atividade que registrou alta foi informação e comunicação, de 0,4%, o que renovou o ápice de sua série histórica em abril de 2024.
Na outra ponta, os serviços profissionais, administrativos e complementares e os serviços prestados às famílias tiveram recuo respectivamente de 1,1% e 1,8%
O índice de atividades turísticas, por sua vez, teve crescimento de 2,3% em abril, no segundo resultado positivo seguido, e agora está 4,7% acima do patamar pré-pandemia e 3,0% abaixo do ponto mais alto da série, de fevereiro de 2014.
“Este índice agrega 22 atividades de serviços, dentre elas, o transporte aéreo de passageiros, que foi influenciado positivamente pela queda do preço das passagens”, disse Lobo.